Caravan SandWitch, o primeiro trabalho do estúdio Planet Toast e distribuído pela Dear Villagers (Plug in Digital no Switch), é um jogo de exploração cujo foco é a narrativa e não possui combates. Mas será que o game cumpre o que promete?
De volta a Cigalo
Recomendação de Compra
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Lançamento: 26/Set/2024
Sauge recebe um alerta de emergência da nave de sua irmã, Garance, que desapareceu há 6 anos. Querendo respostas, ela deixa a cidade espacial onde passou esse tempo todo e retorna para sua cidade natal em Cigalo, um planeta abaixo da cidade espacial. Anteriormente, a cidade era um planeta onde o Consórcio, um conglomerado, explorava recursos para obter lucro. O Consórcio deixou o local após causar um acidente climático e ter muito prejuízo, deixando o planeta esquecido pelo resto do universo corporativo. Durante a viagem, encontramos Nèfle, amiga de infância de Sauge e Garance, que nos conta que está fazendo serviços de entrega para os habitantes do planeta, pois as comunicações estão sendo sabotadas pelas bruxas da areia. Chegando à velha cidade, encontramos Rose, anciã da vila que ajuda Nèfle a realizar entregas em sua van, mas como sua idade já não ajuda, Sauge se dispõe a dirigir a van para conseguir procurar a irmã e ajudar as pessoas do planeta ao mesmo tempo.
A narrativa é bem forte em Caravan SandWitch. Há várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, e com o passar dos dias outras missões vão surgindo. O jogo tem uma boa sinergia, raramente você vai encontrar algum pedido que necessita de algo que você não tenha no momento, mas caso encontre, pode fazê-la mais tarde. Você pode ignorar quantas missões quiser, sejam diárias ou não, mas com certeza vai perder a parte mais interessante de Caravan SandWitch.
A história toda de Caravan SandWitch é muito boa e faz uma crítica válida ao impacto ambiental das empresas na natureza: a precariedade, a poluição, a mudança na fauna e flora, além de mais fatores que podem ser percebidos durante a campanha sem precisar dizer uma única palavra. Contudo, para que todos entendam, a mensagem também é passada de várias maneiras possíveis. O desfecho é bem interessante, não tão previsível quanto parecia.
Entre na Van, Sauge
A jogabilidade de Caravan SandWitch envolve explorar, simples assim. Em busca de Garance, vamos até as ruínas do Consórcio atrás de pistas, liberamos o mapa destruindo geradores de ruído, procuramos recursos para melhorar a van e por aí vai. Sem combates, sem muita indicação ou pressa, apenas a vastidão desse mundo desolado para explorar. Os controles são divididos em dois modos: controle de Sauge e direção da van.
Por um lado é bem interessante, sem combate e sem mortes você explora sem medo, embora eu jurava que alguma coisa iria pular do nada em alguns pontos do jogo, ainda mais com as aparições das bruxas. Uma boa ambientação com jogabilidade simples somada a um mundo a ser explorado, dá até gosto desbravar, mesmo com um mundo tão grande e desolado.
Caravan SandWitch sabe mesclar bem os dois controles; usamos a van para abrir caminho para Sauge e vice-versa. Sauge também ganha um aprimoramento durante a campanha, o que deixa alguns pontos mais dinâmicos, enquanto outros precisam de uma aprimoramento geral. Mas já vamos falar disso.
Parte técnica
Acho que vocês já estão cansados de ler que Unity no Switch não dá certo, né? Mas cá estou eu falando mais uma vez: Caravan SandWitch funciona muito bem na maior parte do tempo. Como o mundo é carregado todo de uma vez, quase não há telas de carregamento se não for mudar o ambiente, porém, o local onde você mais passa tempo é o mais mal otimizado: a cidade natal. É tanta informação junta que a taxa de quadros cai absurdamente, e como é a área principal do jogo, isso impacta muito na jogabilidade e ainda pode deixar uma má impressão. O problema ali nem são os modelos, mas a área apertada que foi criada para essa cidade carregar toda essa informação de uma vez.
Eu queria elogiar a coragem da equipe de não capar o jogo no Switch, mas a performance cai muito por essa decisão. Toda área florestada apresenta um pouco menos de problema na taxa de quadros do que a área da cidade, mas como há menos informação amontoada, roda um pouco melhor. O console ainda sofre com as moitas renderizando ao mesmo tempo que passamos por elas, atrapalhando muito a imersão, e você acaba reparando mais nisso do que no cenário, que são bem interessantes, mas parecem piores na van e melhores a pé.
A trilha sonora com certeza é o melhor que o jogo tem a oferecer em questão de conformidade; ela sabe fazer uma boa transição entre os cenários, cria um clima de vastidão e desolação mesmo não ficando num tom muito alto e não se sobressai, mas também não fica apagada.
Apesar disso, tudo correu bem. Nada de bugs ou fechamentos forçados. Conseguiram trabalhar no limite do console, e quem sabe alguma atualização futura não resolva isso.
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