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Universo Nintendo

Análise – Dandara

Dandara é um metroidvania, ou seja, um game com exploração não linear que te fará voltar em certas localidades após conseguir power-ups que te permitam passar por um desafio que antes lhe era impossível. O game, como o gênero pede, tem um mapa enorme, cheio de segredos e desafios.

A premissa do gênero já é bastante interessante, e naturalmente desafiadora, porém Dandara não aparece como um jogo que se estabelece nos paradigmas já estabelecidos no gênero. Ele trabalha na jogabilidade para oferecer uma experiência bastante diferenciada. Você não se move com o simples apertar dos botões direcionais. A protagonista pula de parede em parede.

Essa adição fez com que a própria movimentação se torne um desafio. É necessário calcular bem o que você vai fazer, porém, nem sempre o game te dará um tempo muito grande para pensar. É preciso ser rápido e furtivo, enquanto deve ser prudente. Nesse sentido Dandara faz dos próprios cenários enormes puzzles.

Dandara, a protagonista, pode atirar, os tiros devem ser levemente carregados segurando o botão “X”, então, isso exige resposta rápida entre decidir atirar e se esquivar dos inimigos. Uns pulam em sua direção, outros lançam projéteis nas mais variadas velocidades, teleguiados ou não. Conhecer as características, não só do cenário, mas dos inimigos é imprescindível.

O level design é certeiro. Se você espera que o jogo fique mais fácil conforme vai adquirindo power-ups, parte da inovação de Dandara reside aqui, há power-ups que geram mais dores de cabeça que soluções imediatas. Em dada parte do jogo, para exemplificar, haverá um power-up que ativa automaticamente certos pontos do mapa “adormecidos”. E, enquanto isso lhe disponibiliza novos caminhos, áreas já exploradas se tornam novamente novas e muito mais desafiantes que antes. Simplesmente genial!

Conforme os monstros são abatidos, eles vão lhe dando uma quantidade de “apelos de sal” necessários para aumentar sua vida, energia (usada para usar os tiros especiais) ou eficácia dos itens de cura. É possível aumenta-los nos acampamentos espalhados pelo jogo. É possível também consultar, nesses acampamentos, um glossário que explica muito bem algumas mecânicas de jogo. Tudo está em português do Brasil.

O jogo é recheado de referências históricas do nosso país. As placas azuis nomeando as ruas, o Abaporu, que é a Magnum Opus da Tarsila do Amaral durante o movimento antropofágico, as referências à cidade de Belo Horizonte, e várias outras estão lá, prontinhas pra serem vistas. A própria protagonista é uma referência direta à mulher de Zumbi dos Palmares, Dandara dos Palmares.

O game tem uma pixel arte muito interessante, que tenta trazer uma sensação retrô, possui muitas camadas entrepostas, mas sinto falta de algumas animações. Talvez algumas animações nos fundos dessem conta de preencher mais os olhos. A trilha sonora é bastante atmosférica, possui as suas modulações conforme o clima, ela é bastante correta de modo geral, cumpre o seu papel, mas não impressiona. Os efeitos sonoros são poucos e ajudam a dar a sensação de vazio, de vácuo.

Caso queiram conferir, fizemos uma entrevista com a galera da Long Hat House no ano passado. Basta clicar aqui.

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