Kao the Kangaroo é uma versão renovada do Kao the Kangaroo original, que saiu originalmente para PS2 e PC, e agora provavelmente está sendo usado pela Tate Multimedia para testar as águas antes de entrar em outra sequência. Aqui, encarnamos o papel de Kao, um canguru com sotaque australiano, cuja irmã foi está perdida depois de ir atrás do paradeiro de seu pai. Dito isso, nossa missão é ir atrás dela e trazê-la de volta, assim como encontrar o paradeiro de seu progenitor, contando com a ajuda de seu mestre de artes marciais Koala para derrotar chefes corrompidos por uma força maligna.
Plataforma em sua melhor forma
O jogo lembra a era PS1/PS2 em termos de design, pois todos os estágios são selecionáveis, e temos que passar por eles, coletar coisas, abrir portas, derrotar inimigos e assim por diante. Kao está equipado com suas luvas de boxe mágicas que funcionam como sua arma principal. Nosso protagonista pode atacar com os punhos, pular e esmagar o chão, usar o botão X para dar um super soco nos inimigos, além de usar uma espécie de controle de multidões, pois você pode direcionar automaticamente seus ataques para o inimigo mais próximo e prosseguir para o próximo imediatamente.
Também podemos comprar roupas skins para Kao – até mesmo a clássica -, sem falar em upgrades que podem ser comprados em uma loja para melhorar coisas como sua barra de saúde ou sua quantidade de vidas, ou um monte de dinheiro em troca de seu… dinheiro – este último me deixou confuso.
No que diz respeito aos elementos de plataforma, podemos performar o pulo duplo, congelar águas, queimar teias de aranha, etc. Também existem lugares onde podemos cair na água, mas felizmente isso não é uma ameaça mortal aqui na maioria dos casos. Ao contrário de vários jogos de plataforma, Kao the Kangaroo não nos deixa morrer simplesmente afogando o personagem quando entra em contato com a água, em vez disso, só precisamos alcançar o próximo pedaço de terra novamente, a menos que a água seja muito profunda.
Entre um estágio e outro, você terá que coletar runas suficientes para seguir em frente, pois os portões que bloqueiam seu caminho exigirão que um número específico dessas pedras para que seja aberto. Essas Runas podem ser encontradas tanto dentro dos estágios quanto ao redor do cenário seletor de fases, que pode variar em termos de cenário de acordo com o tema do mundo em que você está. Além disso, se você conseguir reunir todas as letras KAO, uma Runa extra será concedida a você.
Ao longo do jogo, também temos que vencer chefes que possuem padrões diferentes de ataques e movimentos, o que acrescenta muito à mesmice apresentada. Não me entenda mal, já que todos os estágios são legais de se passar por e oferecem alguns desafios diferentes para vencer, mas chega a um ponto em que as coisas são inevitavelmente repetitivas.
Também é importante dizer que diferentes power-ups são adicionados à medida que o jogo avança, e você pode até percorrê-los para emitir efeitos diferentes para o elemento do cenário, mas isso leva um tempo questionável até acontecer de fato. Parece que muitas mecânicas deveriam ter sido inseridas bem mais cedo em nossa jornada, como a do cristal roxo que ativa e desativa objetos que batem com sua cor, o que me deixou curioso sobre o que mais estava por vir. Além disso, existem troncos e colinas sobre as quais podemos deslizar e desviar de obstáculos – como acontece no último Crash Bandicoot.
Problemas até agora
Apesar de ser um jogo bom e divertido que lembra muito os títulos de plataforma da velha guarda, Kao the Kangaroo fica nem aquém quando se trata de polimento. No momento, muitas animações são bizarramente inacabadas, sem falar em algumas delas que simplesmente não se reproduzem, causando um efeito de transição repentino e estranho de algo simplesmente surgindo na tela – que geralmente acontece depois de conversar com um NPC no final do estágio e recebendo uma runa.
Além disso, há uma etapa em que não pude prosseguir, pois não havia energia disponível para ativar o mecanismo necessário. Rodei a fase toda em busca do elemento para avançar, mas ele simplesmente não existia. Com isso, não foi possível ativar a plataforma que pedia uma bola de fogo.
Além disso, os NPCs são extremamente sem alma, sem graça e sem personalidade alguma. É engraçado pensar que os personagens com os quais você terá mais contato serão os inimigos. Além do protagonista, não há nenhum personagem carismático ou cativante, sem mencionar alguns diálogos bregas e referências forçadas à cultura pop, que parecem muito fora de tom.
Por fim, um problema crucial afetou minha jogatina: o salvamento automático completamente quebrado. Viajando para o próximo mundo, finalizei uma fase e resolvi fechar o jogo. Para minha surpresa, ao voltar, o progresso não havia sido salvo, e tive que repetir cerca de 2 fases. De qualquer forma, não há um feedback visual para quando o game está realmente salvando tudo, o que é um erro grave e piora ainda mais ao não permitir um salvamento manual.
Divertido, mas altamente sem polimento
Enfim, a versão atualizada de Kao the Kangaroo é uma reminiscência da era PS1/PS2, como mencionado acima. Os elementos de plataforma são uma explosão, e o sistema de combate serve bem como uma maneira de evitar a repetição da categoria plataforma. As esferas elementais também são uma boa maneira de variar as coisas como um todo, já que a mesmice é inevitável quando você tem um padrão em termos de jogabilidade em todas as fases – mesmo que as coisas fiquem gradualmente diferentes entre os mundos.
Por outro lado, o jogo é bastante sem polimento, já que várias animações simplesmente não funcionam ou não estão presentes, resultando em uma transição abrupta sem efeitos de transição. Porém, o pior de tudo mesmo é o progresso ser perdido e não sabermos quando ele realmente foi salvo, o que me deixou bem insatisfeito. Finalmente, esta é uma boa oportunidade se você é fã dos jogos de plataforma do passado, especialmente se tratando da série Crash Bandicoot. No entanto, você terá que aturar algumas coisas inacabadas e resoluções de quebra-cabeça não naturais, além de referências forçadas da cultura pop. Para encerrar, digo o seguinte: testem seus jogos antes de lançá-los.
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