A bolinha rosa da Nintendo é um personagem com o qual simpatizo há muito tempo. E digo isso não só por causa de seu carisma e fofura, mas principalmente por causa de seus excelentes jogos, os quais sempre permitiram uma experiência incrível em conjunto. Com inspirações claras em outros títulos da mesma empresa, como Mario Odyssey, o novíssimo Kirby and the Forgotten Land chega para fazer a estréia de Kirby em um universo completamente 3D e uma câmera que permite ver o mundo à sua volta – de certa forma.
Um novo mundo de aventuras em 3 dimensões
Em jogos assim, a história costuma não importar praticamente coisa alguma. De qualquer maneira, aqui, temos a essência da simplicidade: Kirby é engolido por um vortex e é enviado para New World, e acorda em uma praia. Após explorarmos um pouco o local, no controle do protagonista, chegamos a uma espécie de mundo pós-apocalíptico repleto de inimigos. Com isso, nossa jornada começa após Kirby descobrir que um tal de Beast Pack raptou todos os Waddle Dees e destruiu a vila deles.
Tudo tem início de maneira empolgante, com direito a uma demonstração de poderes logo no início, feita de maneira a impressionar o jogador com várias possibilidades em termos de jogabilidade nos primeiros minutos. E isso deu muito certo comigo, já que as várias mecânicas oferecidas ali já foram o suficiente para que eu ficasse animado para o que estava por vir. Nisso a Nintendo sempre foi muito boa em fazer: surpreender o jogador ao introduzir um amontoado de mecânicas logo de cara.
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Dito isso, a característica principal do protagonista não podia faltar: o poder de sucção. Kirby consegue quase tudo por aqui. A maioria das coisas acabam servindo apenas como um projétil para arremessarmos contra inimigos para eliminarmos, enquanto outros adversários especiais concedem seus poderes para Kirby, o que causa uma mudança visual no personagem, além de habilidades únicas como o arremesso de bombas, a espada que o faz atacar como Link de The Legend of Zelda, vários espinhos que o fazem rolar em formato de bola, e muito mais. Fora isso, Kirby pode flutuar ao inflar suas bochechas, porém, com um limite de altura e tempo – o que evita muitas mortes em precipícios.
Adicionalmente, além de adquirir poderes provenientes de inimigos e chefes, também é possível sugar objetos úteis no cenário e interagir com eles. Um bom exemplo é uma escada, que engolimos e nos posicionamos onde bem entendermos. Ela também pode ser usada para atacar inimigos, com nosso peso jogado em cima delas para os eliminar.
Outro momento icônico, obviamente, é o carro, que foi apresentado na versão demo, e habilita uma movimentação bem mais rápida e investidas que possibilitam quebrar paredes frágeis, como também serve para brincar em minigames de corrida. Um objeto de destaque pessoal é o arco, que faz com que Kirby receba a habilidade de soprar forte, o que se mostra útil em cima de barquinhos para que funcionemos como uma espécie de motor para ele.
Tudo isso acontece, normalmente, nas fases comuns, que são a maioria possíveis de serem encontradas no seletor de fases no mapa do mundo, e contam com variados objetivos internos para conceder mais recompensas. Além delas, também temos as fases exclusivamente para derrotarmos chefes; e outras que são chamadas de Treasure Road (fases bônus) e possuem Waddle Dees para serem resgatados dentro delas e recompensas para upgrades, enquanto cumprimos desafios de plataforma e eliminamos inimigos. Para continuar avançando no seletor de fases, precisamos resgatar uma quantidade específica de Waddle Dees para que eles liberem o próximo ponto.
Co-op e elementos secundários
O modo co-op (2 jogadores) é bem significativo e permite com que um segundo jogador entre e saia da sessão a hora que quiser. Isso deixa tudo muito mais dinâmico, e o único ponto negativo é que o personagem secundário não tem as mesmas habilidades de sucção de poderes de Kirby, coisa que já foi feita de maneira superior em outros títulos de Kirby (como no incrível Kirby & The Amazing Mirror de GBA). O Waddle Dee do segundo jogador é armado de uma lança, que pode ser arremessada, usada em ataques de curta distância e para planar enquanto ataca. A câmera também infelizmente foca apenas em Kirby, e teleporta o personagem secundário para perto do protagonista quando ele some do ponto de visão da câmera.
No Hub, em forma da vila dos Waddle Dee, temos todos os Waddle Dees resgatados que acabam construindo algumas lojinhas em certos pontos da história. Com isso, liberamos o local onde realizamos upgrades nas habilidades adquiridas de inimigos, as quais desbloqueiam novos ataques para quando Kirby estiver usando elas. Mesmo assim, é possível voltar à forma anterior, caso assim desejar.
E existe um grande incentivo para cumprir todos os objetivos secundários e explorar os cenários dentro das fases, já que tudo é amarrado muito bem aos upgrades e a progressão da “história” principal. Até mesmo as Treasure Roads (fases bônus) servem para algo, que é a obtenção de um dos itens para realizar as melhorias das formas de Kirby. Fora isso, temos objetos colecionáveis que podemos encontrar espalhados por aí, além de ser possível adquiri-los em uma máquina caça-níqueis.
Por fim, existem minigames na vila para trazer um gostinho de coisa extra para ser feita, como o de entregar os pedidos dos Waddle Dees famintos e o Coliseu para enfrentar novamente os chefes e subchefes – e personagens especiais. Na casa de Kirby também é possível assistir cutscenes já vistas e verificar títulos anteriores da franquia.
Um jogo single player com co-op divertido
Kirby and the Forgotten Land é uma reinvenção muito bem-vinda para a franquia, com várias inspirações que lembram Mario Odyssey e Mario 3D World. Mesmo com tanta qualidade, verdade seja dita: o jogo é bem fácil – mesmo no modo “normal”, no quesito “manter-se vivo”. Raramente você vai receber um Game Over, e pessoalmente não consegui nenhum se não tivesse o feito propositalmente. Ao menos, as lutas contra chefes são mais desafiadoras e possuem mais padrões a serem memorizados, se comparadas às da franquia Mario, já que aqui precisamos eliminar a barra de saúde completa em vez de apenas dar 3 pulos em sua cabeça.
Deixando esse empecilho de baixa dificuldade de lado, a variedade de desafios fica por conta das diferentes habilidades que são introduzidas ao longo da jornada. Existe sempre alguma coisa diferente sendo apresentada, além de mecânicas já mostradas com uma execução inédita. É surpreendente como as novidades são introduzidas. Algumas interações com o cenário e objetos para engolirmos também trazem um ritmo bem bacana para a aventura. O novo título 3D de Kirby manda muito bem, e consegue divertir crianças e adultos, além de apresentar um co-op que, apesar de ter potencial para ser bem melhor, cumpre uma boa parte da proposta e traz significado para o segundo jogador.
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