Lost in Random: The Eternal Die, é o spinoff roguelite de Lost in Random da Thunderful. Em parceria com a Stormteller Games, o jogo trouxe uma nova visão do mundo de Lost in Random com uma nova história e um novo modo de jogar.
Mundo esse que ainda não conheci e, segundos os devs, não é obrigatório, pois não é uma sequência (e realmente não é), podendo ser jogados separadamente.
Tudo começa quando um dia o Maldado se abre e absorve a rainha Aleksandra para dentro de si, levando-a para uma dimensão estranha sob o domínio de Tormento, outra espécie de dado maligno. Lá, ela encontra Fortuna, um dado vivo que já ajudou a rainha em outros tempos, e os dois precisam escapar dessa dimensão passando por vários mundos criados pelo Maldado, encontrado velhos inimigos que haviam sido banidos pela própria rainha para lá, para no fim, enfrentar Tormento.
História simples, direta ao ponto e bem o clássico roguelike de “avançar para fugir”, Lost in Random: The Eternal Die não se destaca muito na história e não parece tentar trabalhar muito, além de instigar sua curiosidade pelo jogo anterior. Ao tentar contar sobre um passado que talvez seja até anterior ao primeiro jogo de uma maneira tão forte, acaba deixando a história presente meio vazia, dando uma sensação de que o jogador está deslocado com esse universo, que estamos perdendo alguma coisa. Embora o jogo tente tapar isso utilizando notas ao encontrar salas ou fragmentos de memórias antigas, numa tentativa de se aproximar do jogador, elas parecem tão rasas para quem não conhece, deixando mais perguntas do que respostas
Apesar disso, Lost in Random: The Eternal Die está longe de ter poucas linhas de diálogo, elas só parecem meio desconexas para quem não conhece o universo do jogo. Há tentativas dos personagens de se apresentar ou se explicar, mas por mais que tentem, ainda parece que tem uma barreira para captar o jogador; parece que sempre falta algo por mais que você tenha esgotado as interações com todo mundo.
No fim, como muitos roguelites/likes, não importa muito a jornada, o foco é a repetição.
Como a premissa deixa bem claro, o foco é escapar da dimensão do Maldado, enfrentando Tormento no final, e para isso passaremos por 4 mundos procurando a saída de cada andar. Caso derrotados, temos que voltar ao início. Nenhuma inovação do gênero aqui, mas as salas de evento são até interessantes, pois é onde usamos Fortuna como dado em jogos de aposta, tabuleiro e sorte. Podemos usar também como forma de dano ou utilizar o resultado do lançamento para combinar com relíquias para potencializar ataques e outras coisas. Uma mecânica interessante que poderia servir pra mudar o rumo da jogatina, mas falta um pouco de estímulo para usar, já que precisamos recuperar Fortuna coletando-o novamente, sem falar que o mesmo resultado também afeta o dano infligido, que não é muito
Lost in Random Eternal Die tem uma jogabilidade um pouco variada no quesito armas, mas só um pouco. Com 4 armas e 15 habilidades de cartas, parece uma boa variedade a princípio, mas acaba se mostrando um pouco básico demais. As armas são: espada, arco, lança e martelo, e todas tem 4 variações de conjunto de habilidade. Em todos os casos, apenas uma realmente muda a jogabilidade da arma (com exceção do arco, que tem 2), todos os outros conjuntos são utilidades de status de dano ou alguma melhoria de status da Aleksandra. Todas as variações que mudam a arma são para o ataque carregado, mas se cada uma mudasse seriam bem maiores as possibilidades de uso, as mudanças utilitárias não parecem muito atraentes.
Aliás uma coisa que Lost in Random Eternal Die tem são variáveis, o sistema de relíquias é algo bem legal e é a parte mais inovadora dele. Com um sistema de armazenamento para elas que vai aumentando conforme vamos equipando, no qual cada uma pode conter cores que melhoram alguns status de Aleksandra, e é aí que as variáveis exageram um pouco: esses bônus parece um pouco divididos demais. A arma tem um, as cartas outro, Fortuna também, as condições de status, outro, e por fim, a sorte. Como acabamos utilizando mais a arma, parece mais vantajoso sempre focar em ataque e nos status.
Mesmo assim, Lost in Random Eternal Die é bastante divertido, a variedade de relíquias faz diferença, e elas sim criam uma boa variedades no geral.
Foram 20 horas para terminar, e boa parte dos coletáveis flui organicamente, se você for capaz o suficiente, consegue terminar logo após conseguir boa parte das missões secundárias.
Lost in Random Eternal Die tem uma estética linda inspirada no estilo fantasia gótica que, lembra bastante os filmes do Tim Burton, mas não deixa de ter sua própria personalidade.
Personagens que parecem de madeira, pedra, criaturas estranhas, entre outras coisas, fazem o clima de terra de vilões e, se eu entendi bem, é essa a ideia.
Com gráficos pré-renderizados roda bem suave no Nintendo Switch, mesmo com tantos detalhes nos cenários, mas sem muita informação neles. Tudo parece meio bizarro ou estranho, mas de alguma forma familiar.
A jogabilidade é bem ok, nada demais e nem de menos, mas parece um pouco limitada devido aos bônus de cada ataque e a falta de alguns recursos básicos de roguelike, como rerrolar recompensas (sério? Em um jogo com temática de dados?). A curva de dificuldade claramente é muito maior se você não usar a única arma de ataque à distância, principalmente no último chefe, que passou a sensação que venci na insistência, o que acaba desestimulando jogar o pós-game com modificadores.
Os efeitos e trilha sonora variam de acordo com o cenário, mas sempre com um clima de uma animação de Halloween. O grande destaque do som vai para a dublagem, que mesmo em inglês, é muito boa e carismática.
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