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Análise: Mega Man X Legacy Collection 1+2

A série Mega Man X é uma das principais referências em termos de qualidade no gênero plataforma e ação, sendo que o primeiro título reinventou Mega Man de uma maneira incrível. Ambos os volumes da coletânea contam com quatro jogos cada (X1 ao X4 na primeira coletânea. X5 ao X8 na segunda), conquistas para cada jogo, um modo desafio, que requer que o jogador desafie múltiplos chefes ao mesmo tempo, e uma galeria com artes, músicas e vídeos da série. Infelizmente, a coletânea não contém Mega Man X Powered Up (remake do primeiro jogo, lançado para PSP) e Mega Man X Command Mission (um RPG por turnos lançado no PS2, Xbox e GameCube). Veteranos da série devem estar interessados na coletânea, naturalmente, e o modo desafio deve agradá-los, já que se trata de conteúdo inédito.

Nos próximos parágrafos descreverei os jogos para os jogadores que ainda têm que conhecer a série. Todos os jogos contam com oito fases, cada uma com um chefe, sendo que a fraqueza destes são armas obtidas de outro chefe. Isso faz com que exista uma progressão natural entre fases após se descobrir a ordem das mesmas. Após as oito fases, existe um conjunto de fases finais que realmente testam todas as habilidades que o jogador adquiriu durante a aventura. Eu altamente recomendo o uso de detonados para poupar bastante frustração ao tentar se descobrir a fraqueza de cada chefe e a localização de alguns segredos.

Mega Man X, Mega Man X2 e Mega Man X3 compõem a primeira geração da série, originalmente lançados no Super Nintendo. Mega Man X revolucionou a jogabilidade da série clássica com a adição dos pulos na parede e com o dash (corrida rápida). A habilidade de pular em paredes permite que as fases sejam mais verticalizadas e de maneira mais natural, o que não era possível na série clássica. A corrida rápida faz com que X se movimente pela fase de maneira muito mais veloz e seja capaz de utilizar a velocidade para pular muito mais longe. Essa dinâmica, junto com um level design exemplar, faz com que Mega Man X seja um título excelente ainda hoje. Isso sem contar com os inúmeros segredos como armaduras secretas, tanques de energia, certo ataque secreto e mais. Devo recomendar que sigam um detonado, pois Mega Man X conta com um dos chefes finais mais difíceis da série.

Mega Man X2 traz consigo a novidade de três chefes que são opcionais, sendo que suas localizações variam conforme o jogador avança no jogo. Derrotá-los ou não, altera alguns eventos nas fases finais, inclusive o final do jogo. Mega Man X3 se destaca dos demais da série pela sua quantidade absurda de segredos extremamente bem escondidos, além de ser o primeiro título que permite se jogar com Zero, sendo que este não é muito diferente do X. X3 tem armaduras secretas, melhorias opcionais, eventos secretos e muito mais, chegando a ser um desafio maçante obter tudo. Os títulos de Super Nintendo são excelentes, sendo que seus únicos problemas são momentos de slowdown intenso em algumas partes.

Mega Man X4, X5 e X6 compõem a segunda geração da série, lançados originalmente no primeiro PlayStation. Esses utilizam um estilo de arte mais próximo da animação japonesa e têm um foco maior na história, com a inclusão de diálogos maiores e cutscenes. X4 permite acompanhar a aventura pela perspectiva de X ou Zero, sendo que neste jogo Zero é um personagem próprio e drasticamente diferente de X, com ataques únicos e que são executados de maneira bastante diferentes dos de X. X4 é o jogo que recomendo para iniciantes, pois sua dificuldade é muito bem balanceada e é um excelente jogo, além de ter um desempenho impecável e sem problemas.

Mega Man X5 permite escolher entre Mega Man X e Zero livremente durante a aventura e traz como novidade a primeira aparição de múltiplas armaduras diferentes em um único jogo, Reploids (robôs) que podem ser resgatados e partes opcionais que modificam os dois heróis. O foco na história se torna ainda mais evidente, já que o jogador tem um limite de tentativas para conquistar as oito fases e seu desempenho (e sorte) afeta o final do jogo. Mega Man X5 é um título que já procura desafiar os veteranos de X4, chegando a ser algumas vezes injusto com algumas fases.

Mega Man X6 expande ainda mais a possibilidade de resgatar Reploids e as partes opcionais que modificam X e Zero. No entanto, o jogo exagera nos desafios, utilizando de um level design muitas vezes ruim e amador, algo estranho considerando o legado da série. X6 não é um jogo ruim, no entanto, é o mais frustrante e desafiador da geração PS1.

A terceira e última geração é composta por Mega Man X7 e X8, originalmente lançados no PS2. Mega Man X7 é considerado por muitos o pior título da série e devo concordar após conhecer o título. X7 é o único que utiliza a jogabilidade em 3D e isso trouxe uma variedade de problemas, como uma maior dificuldade para controlar os personagens, detecção de hits bastante errônea, comandos que demoram para responder e uma velocidade bem menor do que a série apresentava na época do PS1. A impressão principal é que se trata de um título lançado sem sua produção ter sido concluída adequadamente, com bugs e uma jogabilidade que precisava de um polimento considerável. X7 se destaca por ser o título que introduz Axl, um novo herói jogável e que se torna peça importante na história da série, além de ser o primeiro jogo que permite utilizar dois personagens ao mesmo tempo em uma única fase.

Mega Man X8 volta à jogabilidade 2D clássica da série, com visuais 3D, e traz consigo X, Zero e Axl jogáveis, além de incorporar a mecânica de dois personagens simultâneos de X7. Como novidade, há um foco maior nas mecânicas de ação, sendo que o jogo conta com um contador de combos, quebra de defesa dos inimigos, super ataques, entre outras mecânicas. Utilizando uma mecânica similar ao clássico Mega Man 7, é possível coletar metal (uma espécie de moeda) para trocar por itens e outras melhorias.

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