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Análise – Octopath Traveler II

Oito personagens, várias histórias, múltiplas combinações

Mais uma vez, Octopath Traveler II é um jogo de 16-bits com ambiente 3D que gira em torno de oito personagens diferentes, cada qual com diferentes habilidades, equipamentos, história e caminhos distintos que farão com que eles se cruzem de alguma forma à medida que você progride. Não sou um grande conhecedor do primeiro game (lançado há 5 anos), portanto não posso dizer quantas novidades essa sequência direta tem em relação ao antecessor. Dito isso, esta será uma visão bastante “não enviesada” e fresca do segundo Octopath Traveler.

Um JRPG de aparência clássica com modernidades

Exploração do mundo
Exploração do mundo mistura 2D e 3D

O sistema de batalha é muito parecido com a série Final Fantasy VII em certos aspectos, oferecendo uma espécie de sistema de Limit Break, através do qual preenchemos uma barra no HUD ao receber danos ao longo de uma batalha. Assim, podemos usá-lo a nosso favor, liberando uma versão muito mais poderosa de um ataque ou habilidade pressionando R para transitar entre os diferentes estados do personagem.

O único incômodo durante as batalhas são as falas repetidas que os personagens dizem, em vez de variações em termos de citações para evitar que as coisas fiquem repetitivas e incômodas. Perdi a conta de quantas vezes tive que ouvir a mesma frase de efeito quando usei uma habilidade específica. Porém, o que mais compensou aqui foi a possibilidade de acelerar o combate em até 2x – melhor do que nada.

Batalhas são simples de se entender

Outra coisa que me faz torcer o nariz hoje em dia quando se trata de jogabilidade em RPGs são definitivamente encontros aleatórios. Assim como os jogos clássicos da franquia Final Fantasy, aqui não podemos ver os inimigos andando pelo campo. Em vez disso, encontramos monstros aqui e ali aleatoriamente.

Durante as batalhas, fraquezas dos inimigos são reveladas quando você usa um ataque que tem uma vantagem sobre eles. Assim, você terá que testar as coisas antes de entender qual é a principal fraqueza daquele monstro específico. Em termos de habilidades, podemos gastar nossos pontos adquiridos para aprender novas skills, assim como qualquer outro JRPG padrão – isso não é uma reclamação.

Cruzando caminhos
Cruzando caminhos

Além disso, há um modo noturno e diurno, que pode ser alternado simplesmente pressionando ZR. O principal uso desse recurso é a capacidade de transitar entre diferentes conjuntos de habilidades do personagem. Isso pode ser feito quando você quiser, sem qualquer burocracia. À noite, existem inimigos mais poderosos e exigentes, os quais exigirão um nível mais alto e mais paciência para serem vencidos. Regiões do mapa também apontam qual nível é recomendado para que você esteja, e recomendo seguir isso um pouco à risca.

Como não poderia faltar, há a capacidade de viagem rápida que permite viajar entre pontos já visitados no mapa, o que é muito útil. Isso evita bastante os encontros aleatórios.

Singularidade dos personagens

Habilidades únicas de personagens são a melhor parte do game
Habilidades únicas de personagens são a melhor parte do game

A característica mais agradável aqui são definitivamente os talentos únicos de cada personagem. O Cleric, por exemplo, possui uma habilidade que lhe permite recrutar alguns NPCs para lutar ao seu lado durante as batalhas, utilizando habilidades especiais contra os inimigos. O Warrior pode aprender ataques de oponentes e usá-los em batalhas; já Hunter pode capturar monstros e usá-los para lutar ao lado; e assim por diante. Fora o job principal de cada personagem, também podemos atrelar sub-jobs a eles. Isso habilita novos equipamentos e skills compatíveis de acordo com a classe escolhida.

Acima de tudo, Octopath significa, mais uma vez, oito personagens diferentes para escolher, cada um com uma narrativa, história e tom de voz diferentes. De acordo com a evolução do enredo, as figuras jogáveis se encontrarão e isso lhe dará a opção de adicioná-lo ao seu grupo ou não. O resultado será diferentes finais, o que amplia muito o número de possibilidades e o tempo de jogo (mais de 100 horas, caso queira fazer absolutamente tudo).

Um JRPG notavalmente de peso

Octopath Traveler II é uma grande homenagem à era 16-bit, e vem com recursos modernos que vão te garantir horas de jogabilidade atualizada de acordo com game design de RPGs atuais, apesar de sua absurda semelhança visual com os dias do SNES ou PS1. A maior característica aqui é com certeza o fato de o jogo fornecer oito personagens para escolher, cada um com sua singularidade em termos de história e habilidades, fora diferentes finais combinados. Em termos de jogabilidade, deixando de lado os encontros aleatórios, o combate é bastante satisfatório, ágil (acelerável até 2x) e de simples entendimento. Fora o sistema de habilidades que adiciona novas Skills aos personagens, permitindo que jogadores fiquem totalmente livres para escolherem com o que gastar. Octopath Traveler II é um jogo bastante completo, no fim das contas, e dura uma centena de horas caso você seja alguém que gosta de explorar tudo o que um produto tem a oferecer.


Jogo fornecido para análise pela Square Enix.

Octopath Traveler II capa
Octopath Traveler II
Veredito
Octopath Traveler II é um dos JRPGs mais completos e com diferentes combinações de finais que já conheci. Além do combate ágil e de simples entendimento, a exploração do mundo e diferentes habilidades dos 8 personagens disponíveis são os pontos fortes desse game que dispensa a necessidade de ter jogado o anterior.
Prós
Visuais lindíssimos
Sistema de habilidades bastante livre
Viagem rápida é uma benção
Batalha ágil e de simples entendimento
Habilidades únicas são instigantes
Vários finais e horas absurdas de gameplay
Contras
Encontros aleatórios são bem ultrapassados
Frase de efeito (voz) fica se repetindo ao usar magias
Eu aceitaria uma velocidade maior nas batalhas
Alguns loadings demorados
Algumas quests são vagas e te deixam perdido
9
Um primor dos JRPGs modernos
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