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Universo Nintendo

Análise – Ruined King

Uma história de League of Legends em RPG

Se tem um universo que todo mundo conhece, de alguma forma ou de outra, é o universo de League of Legends. De TCG a desenho na Netflix, quase tudo é tocado por essa franquia, e o mundo dos RPGs single player não ficaria ileso por muito tempo. Depois de muito tempo de espera, chega ao Nintendo Switch Ruined King, e a gente jogou pra saber como é.

Sobre Ruined King

Ruined King é um jogo criado pela Riot, para ser mais uma adição ao universo de League of Legends. A Riot Games, para quem não sabe, surgiu em 2006, tendo lançado LOL em 2009. LOL foi um dos principais jogos para a escalada dos eSports no mundo, e a Riot não fez feio em sua segunda experiência no meio, trazendo também Valorant e sendo um sucesso.

Decidida a expandir Runeterra, mundo no qual se passam os jogos da empresa, a Riot desenvolveu uma série na Netflix, grupo de KPOP, alguns quadrinhos e pelo menos outros 5 jogos que se passam no mesmo universo, trazendo os campeões de LOL. Até criaram um site específico para o Universo de LOL, no qual você pode mergulhar nas histórias e conhecer melhor suas personagens favoritas do jogo.

Desenvolvido pela Airship Syndicate, que também foi responsável pelo Darksiders Genesis, com bastante sucesso, diga-se de passagem, e distribuído pela Riot Forge, Ruined King foi anunciado originalmente em 2019. No Mundial de LOL de 2020, o jogo fora confirmado para o começo deste ano, mas devido a atrasos causados pela situação da pandemia, e pelo estúdio não querer exigir demais de toda a equipe, o jogo foi adiado e, finalmente, lançado no mês passado para consoles e PC.

História

Adendo inicial é que você não precisa conhecer LOL ou seus campeões para poder jogar Ruined King. A história de cada um que está lá é bem explicada e amarrada de acordo com a história do jogo, então, para quem sempre se interessou por League of Legends, ou pra quem acabou de maratonar Arcane e quer mais, o jogo é ideal.

Miss Fortune finalmente consegue sua vingança contra Gangplank, assassino de seus pais, matando o pirata, afundando seu navio e assumindo o controle de Águas de Sentina, a cidade pirata de Runeterra. Entretanto, seu controle é frágil, já que a maior parte dos piratas ainda é leal a Gangplank e desconfiam dela por ser mulher.

Para piorar a situação de Miss Fortune, a Névoa Negra, uma antiga ameaça vindo da Ilha das Sombras, retornou, e com isso, Illaoi, sacerdotisa da deusa da ilha, que luta contra a Névoa, e Braum, que quase foi morto por ela tentando chegar a Águas de Sestina, aparecem e começam a investigar a cidade a pedido de Miss Fortune.

Daí, a aventura se desenvolve, e com o tempo, outros campeões de LOL aparecem. Além de Fortune, Illaoi e Braum, Yasuo, Pyke e Ahri completam a equipe, e, sem fazer spoilers, a história do jogo é boa o bastante pra te manter com vontade de continuar, mesmo nas partes em que a jogabilidade frustra. Ela não é muito surpreendente, embora tenha ao menos um momento com uma reviravolta interessante, mas é bem construída do começo ao fim, e não deixa espaço para muitos buracos. É uma boa forma de conhecer mais de Runeterra.

Jogabilidade

E falando em jogabilidade, Ruined King é uma sacola mista, ao menos no Switch. A visão isométrica é ótima para enxergar tudo o que está acontecendo, mas a movimentação é bastante lenta, e, especialmente no começo, você tem que caminhar muito para ir de um ponto a outro. Isso é normal em RPGs, eu sei, mas quando o jogo tem certas lentidões devido a problemas técnicos, isso aumenta a frustração.

O jogo tem duas partes distintas, a exploração e as batalhas. A parte da exploração lembra bastante jogos como Bravely Default, porque são cheios de conversas diferentes, pessoas para falar em toda parte, muita informação escondida e mais side quests do que eu consegui fazer em uma gameplay. Apertar um botão te faz enxergar pontos e pessoas de interesse no mapa, o que te ajuda a não perder nenhum baú.

O mapa ajuda bastante a saber pra onde ir, e ele também lista todos os baús não abertos e as possíveis quests, embora algumas, pelo menos antes da atualização mais recente, não sejam possíveis de ser concluídas por algum erro do jogo.

Ao encontrar os inimigos no mapa, você pode acessar uma ação especial de quem estiver liderando sua equipe, para engajar no combate já causando dano inicial nos inimigos.

Já na parte de batalha, Ruined King traz algumas novidades interessantes para tentar manter o espírito de LOL. Cada campeão ou campeã tem uma habilidade Ultimate, três movimentos básicos que não gastam mana, e uma série de movimentos especiais que gastam. Esses movimentos especiais podem ser usados em três trilha diferentes, a da velocidade, a normal e a da força. Na trilha da velocidade, sua personagem ataca mais rápido, mas causa menos dano. Na da força, é o oposto. Levando em conta que a gente vê a linha do tempo, quem vai se mover em qual ordem, embaixo da tela, isso dá margem a algumas estratégias interessantes.

O único problema nisso tudo é que a batalha é explicada muito rapidamente, e há status que não estão informados em nenhuma página do manual do jogo, que você tem que pesquisar na internet para saber o que fazem. Faltou trabalhar melhor em explicar o combate.

Destaco também a variedade de formas de derrotar os chefes maiores do jogo. Alguns podem ser derrotados simplesmente na porrada, mas a maioria tem algum segredo especial que vai te fazer precisar olhar a análise do combate para entender e não morrer.

Com sete personagens diferentes para escolher e montar sua equipe de três, a cada parte do jogo, você pode explorar combinações diferentes, ou simplesmente escolher suas personagens favoritas e destruir o jogo com elas. Para o combate, o jogo também te permite decidir quais técnicas você vai fortalecer, e como, além de trazer as runas de LOL como uma forma de definir qual será o foco maior de todo mundo.

Uma coisa chata demais na parte da movimentação é que você enxerga uma maldita tela de carregamento a cada parte. Há um momento em específico em que você tem uma cutscene artística, seguida por uma cutscene usando o cenário do jogo, seguida por mais uma no mesmo estilo, e em todos os casos, uma tela de carregamento aparece.

O fato de o jogo ser 100% em português, inclusive a dublagem, deixa mais fácil de saber o que precisa ser feito, e esse é um ponto bastante positivo. A tradução foi, inclusive, muito bem feita.

Outra das coisas incômodas é que cada vez que você carrega o jogo, é como se fosse a primeira vez. Não é salvo seu campeão líder, sempre volta para quem está em primeiro na party, e toda tela que você entra, o jogo oferece o tutorial de novo, além de zerar a velocidade da batalha. Além disso, falta um modo de autobattle para quando se está farmando inimigos para subir de nível.

Parte Técnica

A arte do jogo é impecável. Preciso dizer isso antes de qualquer coisa. Seja nas cutscenes animadas, seja nos detalhes dos ambientes, Ruined King é rico demais nesse aspecto. Infelizmente, todos esses detalhes fazem com que o Switch engasgue demais. De nada adianta ter todos esses detalhes se eles ficam desfocados ao haver muitos outros elementos na tela, ou se o jogo fica com frame rate pífio e patético ao se mover entre os mapas.

O som do jogo é muito bem feito, cada cenário específico tem sons específicos de passos, e cada área da cidade soa muito característica. Você realmente acredita que está numa cidade de piratas. A dublagem é impecável, e as vozes escolhidas, para mim, combinam muito. Não sei se são as mesmas do LOL, mas foram ótimas escolhas.

Conclusão

Ruined King é um jogo que promete muito, mas, pelo menos no Switch, não entrega. A história é interessante o bastante para te querer fazer entender tudo, e há no mínimo uma reviravolta que você eu não esperava, mas a jogabilidade estranha e os problemas de desempenho fazem com que o jogo seja cansativo demais, dificultando sessões longas. Se você quer conhecer o universo de LOL, é uma boa opção, mas esteja preparado para lidar com frustrações.

Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Riot Forge.

Ruined King
Veredito
Ruined King não entrega no Nintendo Switch tudo aquilo que promete. A história é interessante, mas é difícil lidar com alguns problemas de jogabilidade e desempenho para realmente querer continuar insistindo nela. Vale a pena para quem quer conhecer mais de Runeterra, porém.
Prós
Historia interessante
Boas escolhas de Campeões
Arte impecável
Dublagem e tradução brasileiras maravilhosas
Contras
Jogabilidade estranha
Combate meio confuso em alguns momentos
Performance ruim na maior parte do tempo
7
Aquém do esperado
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