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Universo Nintendo

Análise: Shantae and the Pirate´s Curse

Antes de falarmos especificamente de Shantae and the Pirate´s Curse, acho necessário algumas apresentações, afinal é possível que muitos aqui nunca tenham sido devidamente apresentados à heroína protagonista dessa franquia. Permitam-me então fazer as honras da casa: Shantae é uma dançarina do ventre, metade gênio metade humana, com um longo cabelo roxo – amarrado em forma de rabo de cavalo e que é usado como uma espécie de chicote ao longo de suas aventuras – e olhos azuis. Ela vive em uma terra com arquitetura tipicamente árabe e onde, além de gênios, podemos encontrar piratas e diferentes criaturas místicas.

Seu primeiro jogo, cujo título era simplesmente Shantae, foi lançado em 2002 para Game Boy Color e apesar do relativo sucesso a desenvolvedora WayForward Technologies demorou oito anos para lançar uma continuação. Em 2010 foi lançado para Nintendo DSi Shantae: Risky´s Revenge e em 2014 Shantae and the Pirate´s Curse saiu para Nintendo 3DS. Ambos, Risky´s Revenge e Pirate´s Curse, foram lançados posteriormente para outras plataformas como o Wii U e o PS4. No último dia 20 de março Shantae and the Pirate´s Curse foi lançado para Nintendo Switch, curiosamente o título chega ao Switch após a plataforma já ter recebido em junho de 2017 Shantae: Half-Genie Hero, último título da série e que já havia sido lançado para Wii U no final de 2016.

Se você caiu de paraquedas direto nesse terceiro jogo fique tranquilo, é suficiente saber que nossa heroína perdeu seus poderes de gênio ao final de Risky´s Revenge, sendo agora totalmente humana. Para piorar a situação, em Pirate´s Curse Shantae se vê obrigada a estabelecer uma aliança com sua rival, a capitã pirata Risky Boots, elas unem forças com o objetivo de evitar que um grande pirata volte a vida. Risky empresta seu navio afim de que Shantae possa acessar as diversas ilhas que compõem o universo do jogo.

Shantae and the Pirate´s Curse é um game que mistura elementos de plataforma e exploração seguindo o consagrado estilo Metroidvania. Cada uma das ilhas guarda uma Dungeon, e para acessá-la precisamos desvendar algum segredo. Dentro das Dungeons é comum encontrarmos baús com chaves, mapas ou itens que devem ser entregues para outros personagens. Se a descrição anterior te fez lembrar de The Legend of Zelda essa não é uma mera coincidência, Matt Bozon, o criador do game, já declarou que a famosa série da Nintendo foi uma das principais inspirações para o jogo.  Em cada ilha há áreas que somente poderão ser acessadas com itens que serão obtidos mais a frente, dessa forma será necessário revisitar áreas anteriores do jogo com o objetivo de descobrir todos os seus segredos. Aliás é recomendável de tempos em tempos retornar à primeira ilha, Scuttle Town, para comprar itens e trocar os Heart Squids – pequenas lulas em formato de coração – quatro dessas podem ser trocadas por um coração extra.

Ao longo da aventura você irá encontrar muitos personagens, havendo assim muitos diálogos que darão pistas de como avançar no jogo, além de desenvolverem a história. Como o jogo está disponível somente em inglês, isso pode atrapalhar um pouco quem não tem razoável familiaridade com o idioma. De um modo geral os personagens são carismáticos e divertidos, fazendo com que o clima do jogo seja sempre leve e descontraído.

De início contamos apenas com o poderoso cabelo de Shantae, uma chicotada pode ser desferida apertando-se o botão Y, mas não demora muito até conseguirmos alguns interessantes itens, como uma pistola, um chapéu pirata que nos permite planar e por aí vai. O botão B aciona o pulo e acreditem ele é muito acionado, são muitas as plataformas e na maioria das vezes elas exigem pulos precisos. Ao longo das fases vamos recolhendo gemas tanto dos inimigos derrotados quanto de objetos que quebramos, tais gemas podem ser utilizadas para comprar itens e upgrades.

Há uma grande variedade de inimigos espalhados pelo jogo, alguns são derrotados apenas com uma chicotada do nosso cabelo. Já outros para serem derrotados requerem sucessivos golpes, cada golpe retira pontos de energia até que ele seja derrotado. Cada ilha do jogo tem um chefe final que irá testar suas habilidades com saltos, desvios e estratégias de ataques.

O estilo gráfico adotado é o de pixel art e funciona muito bem, fica notadamente mais bonito quando jogado no modo portátil do Switch. No entanto, não é nada de encher os olhos como o que foi apresentado em Shantae: Half-Genie Hero.

A versão para Nintendo Switch conta com suporte ao HD Rumble que adiciona um charme a mais à jogabilidade, e um minigame exclusivo, o Super Shantae Nab.

O sistema de save do jogo se revelou frustrante algumas vezes durante a experiência que tive com o jogo. Por exemplo, se após derrotarmos um chefe final morremos durante o caminho de volta até um local de save, e isso não é difícil de acontecer, deveremos retornar e enfrentar o chefe novamente. Tirando esse inconveniente, Shantae and the Pirate´s Curse é um jogo incrível e imperdível para os fãs do estilo plataforma/exploração. A aventura pode ser completada em aproximadamente seis horas e é fortemente recomendada!

90%

Shantae and the Pirate´s Curse é daqueles jogos que rapidamente conseguem colocar um sorriso no rosto do jogador. Fiquei pensando sobre o porquê disso e cheguei à conclusão de que talvez seja por nos lembrar alguns dos motivos que levaram – e ainda levam – muitos de nós a amarmos jogos de videogames. Jogabilidade viciante, trilha sonora cativante e personagens carismáticos. Verdade que ele bebe de fontes seguras como The Legend of Zelda, Mega Man, Castelvania e Metroid, mas tem carisma e charme próprios e é muito competente naquilo que se propõe fazer.

  • Final
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