Crayon Shin-Chan é uma das animações mais longas do mundo, e a série de jogos dele não é diferente. Amanhã lança a mais nova entrada da franquia, Shin-Chan: Shiro and the Coal Town. Bora pra fazendinha?
Sobre Shin-Chan: Shiro and The Coal Town
Crayon Shin-Chan é um mangá que existiu entre 1990 e 2010, e virou um anime com mais de 2000 episódios (e contando) acompanhando Shinnosuke Nohara, um garoto de 5 anos que vive as mais diversas aventuras com sua família.
Considerado um mau exemplo pela maioria dos pais japoneses, os mangás são considerados para adolescentes mais velhos ou adultos. O anime é suavizado, mas ainda traz diversas questões da personalidade, diversas piadas que não são nada “politicamente corretas”, e algumas até bem pesadas, quase se aproximando de South Park em alguns momentos, e por isso, aqui no Brasil, ele costuma ser exibido em canais que passam desenhos adultos.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
No mundo dos jogos, o primeiro foi lançado em 1993, para a geração de videogames da época (Mega Drive, Genesis e Super Famicon), e Shiro and The Coal Town é o oitavo deles pra consoles. Lançado no Japão em fevereiro, o jogo chega para o ocidente amanhã para Nintendo Switch e PC.
História
Quando o pai de Shinnosuke recebe um trabalho para fazer perto de sua cidade natal, a família toda viaja para uma vilinha no interior do Japão chamada Unbend Town. Nessa cidade, a família Nohara vai viver numa casinha de fazenda tradicional.
Como criança de cinco anos, Shin-Chan não precisa se preocupar em ir à escola, e passa seus dias se aventurando e aprendendo com seu vô sobre a vida no campo. No papel de Shin-Chan, você aprende a pegar insetos, a pescar, a cultivar legumes e verduras na sua fazendinha, além de todas as noites se reunir com sua família para jantares provando a culinária local.
Até que um dia, seu cachorrinho, Shiro, aparece todo sujo de carvão, e ao segui-lo, Shinnosuke entra num trenzinho e encontra a Coal Town (Cidade do Carvão, em tradução livre), que é uma cidadezinha parada no tempo, numa tarde eterna e, aparentemente, perdida no mundo dos sonhos.
Em Coal Town, ele conhece uma misteriosa garotinha, Sumi, que o guia pela cidade e mostra tudo o que ele pode encontrar. Sumi apresenta Shin Chan para Yuri, a cientista e inventora local que quer levar progresso para a cidade através de suas invenções incomuns. Shin então decide conquistar o coração dela ajudando-a e coletando os itens necessários para que as invenções sejam criadas.
Shinnosuke na verdade decide ajudar todo mundo que pode dentro da cidade, e isso inclui Yosoi, ajudando seu restaurante a florescer, criando pratos e servindo clientes (trabalho infantil mesmo). No processo, você ganha dinheiro pra comprar as coisas necessárias para as invenções.
Em Coal Town, você também tem corrida de carrinhos de minas, já que é uma cidade de mineração, e você pode melhorar seu carrinho e disputar corridas cada vez mais difíceis e se tornar campeão das corridas da cidade.
Mas nem tudo são flores. O mais recente herdeiro da família Discardson, que é a família responsável pela existência de Coal Town, acredita que a cidade precisa ir rumo a um novo destino, já que o negócio de carvão está enfraquecendo, e os efeitos, aos poucos, começam a ser sentidos. Junto com Sumi, você precisa entender quais são os planos de Discardson e, se necessário, impedi-lo de concluí-los, enquanto ajuda Yuri a levar Coal Town ao máximo de progresso.
Ao final de algum tempo, se você está em Coal Town, você sente sono e acorda na soleira da sua casa, onde jantará com sua família e poderá aproveitar um pedaço da noite de Unbend Town antes que o cansaço te pegue de vez e te obrigue a dormir e encerrar seu dia.
De novo, e de novo, e de novo, a cada dia que passa, você aprende mais sobre as duas cidades, ajuda mais pessoas, ganha mais dinheiro, coleta informações de novos animais, vegetais e minerais, e essa é a vidinha que você tem no interior do Japão.
Jogabilidade
Shin-Chan: Shiro and the Coal Town tem a jogabilidade padrão repetitiva de jogos casuais do estilo fazendinha (portanto, não é para quem não gosta desse tipo de jogos), com a diferença que a história move esse jogo. Você pode fazer missões paralelas, mas uma hora, não terá mais nada para fazer, a menos que avance na história. Isso o torna bem parecido com a série Natsu-Mon.
A cada dia, você acorda, vê algumas cutscenes (que mudam a cada dia, numa variedade legal) e está livre para aproveitar da manhã cedo até o pôr do sol, que é quando seu pai, mãe, vó ou vô aparece e te leva pra jantar. Após as cutscenes do jantar, você tem mais um período durante a noite, no qual pode pescar peixes e pegar insetos que só saem à noite, até chegar a hora de dormir, e um novo dia recomeçar.
Há um relógio do jogo que passa os períodos, cuja velocidade você pode determinar conforme queira que o dia passe mais rápido ou mais lento. Para a primeira vez, recomendo jogar com a velocidade normal, porque é suficiente para fazer tudo o que é mais necessário, sem que você tenha que correr ou levar tempo demais, já que não dá para pular períodos (exceto o da noite, que você pode escolher entre ir dormir ou explorar um pouco).
Assim como nos jogos do estilo, você tem uma enciclopédia para preencher com todas as diferentes variedades de insetos e peixes que você captura, legumes e verduras que você planta, e minerais que você coleta. Isso contribui bastante para aumentar o tempo de jogabilidade, porque você vai querer eventualmente pegar tudo.
Quase todas as missões envolvem você coletar algo, mas o algo varia entre ingredientes para um novo prato, peças para novas invenções, ou itens aleatórios que as pessoas pedem. Há muitas opções de coisas para fazer tanto em Unbend Town quanto em Coal Town, e eu gosto que o jogo exige que você passe tempo nas duas cidades com suas missões, então, você não vai passar tempo demais num lugar, e esquecer de explorar o outro, já que você precisa de coisas que só consegue obter em Unbend Town para evoluir Coal Town.
Os controles são simples, a movimentação é fácil, poucos botões são necessários, e felizmente, você consegue correr o tempo todo sem uma barra de Stamina (o que ele faz com a bunda para cima).
Parte Técnica
Shin-Chan: Shiro and the Coal Town roda muito bem no Nintendo Switch. Eu não tive nenhum momento de engasgo, o jogo não fechou sozinho nenhuma vez, não teve queda de frame rates, nem nada disso. Isso é claramente facilitado pelo fato de termos personagens 2D num cenário que é fixo, mas explorável, mais ou menos como os de Bravely Default: ele é tecnicamente tridimensional, porque você pode ir em diversas direções possíveis, mas o desenho é fixo no fundo, apesar de animado.
O jogo é bem bonito, na realidade, os cenários e a atmosfera fazem você se sentir vivendo o anime, o que é facilitado pela dublagem em japonês ser feita pela mesma equipe que dubla o anime por lá. Infelizmente, não tem dublagem em nenhum outro idioma, e apesar de haver uma certa variedade de línguas disponíveis, o português, mais uma vez, não é uma delas.
Conclusão
Shin-Chan: Shiro and The Coal Town é um jogo de humor ácido com alguns atrativos diferentes dos jogos casuais comuns. Se você quer experimentar uma “fazendinha” um pouco diferente, é uma ótima escolha.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Neos
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