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Universo Nintendo

Análise: Shio

Shio é daqueles jogos que se você fizer uma breve descrição dele em uma roda de amigos provavelmente ninguém irá dar muita bola. E cá entre nós, há algumas boas razões para isso! O personagem principal é um mascarado que vive em algum lugar da China e cujo objetivo é explorar o mundo saltando entre as muitas lanternas espalhadas ao longo das fases. Conforme vamos progredindo coletamos fragmentos de mensagens que ajudam a revelar a história, que infelizmente se mostra confusa e cheia de partes interpretativas.

Trata-se de um jogo no estilo plataforma, com um elevado nível de dificuldade e que foi desenvolvido pela Coconut Island Studio.

Definitivamente o foco do jogo está na sua jogabilidade, o personagem que controlamos possui a capacidade de usar as lanternas presentes nas fases como alavancas e dessa forma, saltando de lanterna em lanterna, vai progredindo e superando os obstáculos. Acionamos o pulo apertando o botão A ou B e ao alcançarmos uma lanterna devemos apertar novamente um desses botões afim de conseguirmos um impulso. Antes de iniciar uma sequência de pulos há a opção de ver uma imagem em preto e branco que resume os desafios que devem ser superados naquele trecho, isso nos permite elaborar uma estratégia para superar os obstáculos.

O jogo é dividido em quatro capítulos, cada um deles formado por várias pequenas fases. Para superar cada uma delas temos que executar sequências precisas de saltos desviando de obstáculos como serras, espinhos, chamas, etc. Na medida em que vamos progredindo no game, precisamos executar sequências de saltos cada vez maiores, muitos deles encarando correntes de vento que empurram o personagem contra espinhos e lugares estreitos repletos de armadilhas. Perder um salto ou encostar em qualquer objeto do cenário automaticamente faz com que seja necessário reiniciar todo o processo. Já a partir do segundo capítulo é comum nos depararmos com desafios em que será necessário, dependendo claro da habilidade de cada um, 20, 30 ou mais tentativas até conseguir êxito. Acreditem, isso pode ser muito frustrante e as vezes dá vontade de tacar o controle no chão!

Conforme pode ser visto nas imagens e no vídeo que acompanham essa análise, o estilo gráfico é inspirado na cultura oriental e funciona muito bem, oferecendo cenários muito bonitos. A trilha sonora é descontraída e agradável, mas não consegue transmitir a tensão que acompanha boa parte da jogabilidade. O que mais chama a atenção em Shio é sua dificuldade, em certas partes ela chega a ser brutal, desestimulando o jogador a seguir em frente. O game não esconde sua inspiração em Super Meat Boy, mas infelizmente aqui não temos um level design tão inspirado e eficiente e, no final, fica um gosto amargo de frustração diante de obstáculos que parecem intransponíveis.

Não é simples fazer uma recomendação para Shio, mas se você curte jogos de plataforma com um elevado nível de desafio e estiver disposto a fechar os olhos para os problemas de narrativa que o jogo apresenta, então o game pode sim render algumas boas horas de diversão.

O jogo foi gentilmente concedido pela Coconut Island Studio para esta análise.
(The game was kindly granted by Coconut Island Studio for this review.)
65%

Shio apresenta sim algumas boas ideias e está longe de ser um jogo ruim. Possui um estilo gráfico bacana e uma trilha sonora agradável. No entanto é notório que o game carece de personalidade própria, a narrativa apresentada falha em prender atenção do jogador e o elevado nível de dificuldade pode se traduzir em frustração para muitos jogadores.

  • Design
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