A mais nova aventura das tartarugas mutantes ninjas mais famosas do mundo (talvez o único grupo dessa categoria) chega às plataformas modernas, em uma forma de homenagem aos belíssimos títulos dos arcades e do SNES que viviam debaixo da licença TMNT. TMNT: Shredder’s Revenge chega para provar que o gênero de games perfeito para nossos queridos répteis continua sendo o beat ‘em up, e a DotEmu mostrou mais uma vez que eles entendem do negócio. Importante dizer também que alguns ex-desenvolvedores de Scott Pilgrim Vs. The World: The Videogame fizeram parte da construção do game, então você notará algumas semelhanças bruscas aqui – como ao levantar seus amigos no co-op.
Modo história e partidas online
Em TMNT: Shredder’s Revenge existe aquela história básica de todo beat ‘em up: o caos foi instaurado, e nossos heróis precisam derrotar um número imenso de inimigos ao longo de fases diversas e, finalmente, eliminar o chefe ao final de cada uma delas. Ponto final.
Recomendação de Compra
Sonic x Shadow Generations
Lançamento: 25/Out/2024
Em termos de jogabilidade, como dito anteriormente, se você chegou a ter contato com o videogame de Scott Pilgrim Vs. The World, as mecânicas aqui são bem remanescentes do que foi visto lá. Podemos andar em 8 direções, correr ao pressionar o botão de movimento lateral duas vezes (infelizmente o mesmo não acontece na vertical), existe também o botão de golpe especial que consome uma barra de super e até mesmo golpes em dupla quando dois personagens ataca o mesmo inimigo de lados opostos.
Além dos comandos padrões, temos uma forma de lançar os companheiros em direção ao inimigo e afins, o que acontece quando duas pessoas realizam o comando de ataque no exato segundo em que ambos se tocam. Para executar esse feitio, é preciso pular em direção a outro personagem e fazer o que acabei de descrever. Isso adiciona um pouco à complexidade do combate.
Adicionalmente, há o botão de esquiva (A, no Switch), através do qual é possível executar uma espécie de salto mortal para trás e escapar da maioria dos ataques comuns dos inimigos mais fracos. Caso apertemos o botão de ataque enquanto corremos, é possível deslizar pelo chão e performar um golpe rasteiro que, em alguns casos, faz com que o inimigo seja derrubado no chão.
E, novamente, sobre a barra de super, esta é preenchida simplesmente atacando inimigos, ou então pressionando R para realizar uma provocação (taunt) que, ao ter a animação completada, enche um nível dessa barra e possibilita a execução do golpe especial com o X. É uma técnica bem interessante, mas que deixa o personagem completamente vulnerável sem poder interromper a animação para escapar de golpes ou simplesmente atacar. Resumindo: uma faca de dois gumes.
Sobre o modo online, tenho uma notícia boa e outra ruim. A boa é que podemos abrir partidas públicas a qualquer momento, e pessoas podem entrar e sair quando quiserem dentro de fases ou na tela de seleção de personagens. E pode apostar que jogar em 6 pessoas é uma bagunça completa, apenas tendo o botão L como único recursos para se localizar no meio de tanto caos. Fora isso, também podemos entrar no online com amigos no mesmo console. A notícia ruim é que não há crossplay para a versão de Switch, enquanto que a funcionalidade está disponível inicialmente apenas entre Xbox e PC. Os devs não têm uma previsão de quando a feature incluirá o PlayStation e o console da Nintendo.
Extras e modo arcade
Fora o modo história, o qual permite continuações infinitas e aumentar o level dos personagens enquanto libera novos golpes e movimentos especiais, temos também o arcade. Esse modo é claramente uma referência à experiência obtida nas máquinas de arcade, as quais não tinham piedade nenhuma para com os jogadores. Aqui, jogamos ao longo das 16 fases existentes com apenas um continue, com todas as habilidades liberadas logo de início e com a opção de escolher entre 3 níveis de dificuldade. Recomendo não ir sozinho.
Além disso, temos como liberar Casey Jones, um personagem que aparece depois de finalizar o modo história. Como um extra, existem objetivos secundários que são realizados dentro das fases (não existente no Arcade Mode) chamados Challenges, sem mencionar missões que NPCs no mapa seletor de fases fornecem às tartarugas para que coletemos itens por aí. É uma forma de incentivar o fator replay, mas nada que vá te fazer realmente querer fazer tudo de novo só para cumprir tarefas.
Um beat ‘em up de respeito ao legado de TMNT
Após muitos anos sem termos algo de qualidade das tartarugas mutantes ninjas, finalmente posso dizer que temos em mão um ode que faz jus aos clássicos de arcade e do SNES (Turtles in Time). TMNT: Shredder’s Revenge é, possivelmente, um dos melhores jogos do gênero existentes na atualidade, mas ainda existem certas coisas que já vi outros títulos menores fazerem melhor e gostaria de ter avistado por aqui. Um bom exemplo é a adição de bots, para os lobos solitários que não têm com quem jogar e não possuem uma assinatura online. Jogando sozinho, não preciso dizer que a dificuldade aumenta um pouco por conta de inimigos vindo por todo o canto. Fora isso, senti falta demais do crossplay ter vindo no lançamento. No mais, Streets of Rage 4 também incluiu um modo Survival recentemente que funciona como um Roguelike, o qual mistura elementos base do jogo padrão e cria algo absurdamente novo e divertido com poucos recursos. É aquilo: saiba tirar leite de pedra, e TMNT podia ter se inspirado nisso.
Apesar de alguns pormenores, TMNT: Shredder’s Revenge é um beat ‘em up divertidíssimo, com algumas coisas para serem feitas depois de terminar o modo história, combate com complexidade razoável e um co-op bem construído. Espero ver a inclusão do crossplay o quanto antes, além de algum modo extra para me aventurar nele e dar um longevidade maior ao game, já que beat ‘em ups normalmente sofrem por causa de sua repetição inevitável e fator replay baixo quando não existe um DLC que adiciona mais ao modo base.
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