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Análise: Yomawari: The Long Night Collection

Yomawari: The Long Night Collection traz ao Switch os dois jogos Yomawari, lançados originalmente para Vita. Ambos os jogos são de terror e produzidos pela NIS, utilizando de uma atmosfera macabra e mecânicas simples para manter os jogadores interessados e devidamente aterrorizados.

O primeiro jogo, Yomawari: Night Alone, conta a história de uma jovem menina que está a procura de sua irmã desaparecida e de seu cachorro. A pequena menina então se aventura nas ruas escuras de sua cidade quando, a noite, os espíritos se mostram e alguns deles são bastante perigosos. Sendo uma criança, ela não tem a opção de combater os espíritos, podendo apenas de correr deles, se esconder ou utilizar de objetos para atrair sua atenção. Ambos os Yomawari, portanto, são jogos de terror, onde o jogador não tem a opção de enfrentar diretamente os inimigos, sendo que se esconder e desviar dos mesmos é a única opção viável.

Apesar da simplicidade dos jogos em termos de mecânicas e visuais, o primeiro título utiliza ambos de maneira excelente para prender a atenção do jogador em uma atmosfera opressiva e surpreendê-lo nos momentos corretos. Em especial, a parte sonora tem um papel importantíssimo em complementar as mecânicas e os visuais na construção da atmosfera opressiva da cidade. É possível apenas escutar passos, rios, lâmpadas em sua caminhada pela cidade a noite e, quando um espírito se aproxima da protagonista, o som de seu batimento cardíaco acelera. Esse último é um elemento vital para saber quando um espírito está muito próximo, efetivamente alertando o jogador que este deve correr ou se esconder rapidamente.

Night Alone, em especial, é sublime na criação de sua ambientação, posicionamento dos espíritos e no uso de suas surpresas, fazendo deste um excelente jogo de suspense e terror. O jogo utiliza de dicas simples para guiar o jogador, mas também deixa o mesmo explorar a cidade livremente e, gradativamente, descobrir quais caminhos são perigosos, quais podem ser evitados e quais devem ser enfrentados. Mesmo com uma pequena variedade de espíritos, todos são perigosos e podem surpreender o jogador, mesmo após horas depois de conhecer como funcionam seus movimentos. Isso que torna o jogo particularmente intenso, já que o título não tem problema em punir continuamente o jogador pelos menores erros ou desatenções.

Sua sequência, Midnight Shadows, no entanto, limita completamente a exploração do jogador e esse processo de descoberta, fazendo deste um título muito mais fraco e previsível. Existem muitas dicas sobre aonde ir, ao ponto do jogo utilizar de um cachorro para mostrar o caminho correto que o jogador deve seguir. Caminhos alternativos que existem são prontamente tapados com inimigos gigantes ou muito rápidos para desincentivar que o jogador saia do caminho desejado. O posicionamento e movimentação dos espíritos também são muito mais lenientes, fazendo com que a atmosfera e tensão da mesma sejam muito menores. Por último, Midnight Shadows também utiliza chefes, cenas não interativas demais para tentar surpreender os jogadores, enquanto que Night Alone conseguia fazer isso naturalmente.

Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.

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