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Universo Nintendo

Um ano com o Switch: Uma análise.

Estes texto fora escrito em Agosto de 2017, dois meses depois que comprei meu Switch, e postado no meu blog pessoal. Hoje apresento o mesmo texto com atualizações pontuais, para que assim possamos ter uma imagem geral do que mudou. Estas atualizações estão representadas em itálico.

Depois do sucesso do Wii e do fracasso do Wii U, a Nintendo precisava de uma idéia original e cativante para desenvolver sua nov plataforma. Rainha incontestável no mercado portátil, mas tendo problemas para emplacar um console de mesa, a empresa teve um momento de eureka ao imaginar seu novo sistema como sendo uma mistura de ambos. Será que deu certo?

O Caminho da Liberdade

O conceito do Switch não é nenhuma novidade. Transitar entre o mesmo jogo no portátil e no console de mesa é algo presente há quase três décadas.

O primeiro caso que lembro foi o PC Engine GT (1990) da NEC, uma versão portátil do console 16-bit lançado em 1987 que aceitava os mesmos HU Cards do irmão maior. A limitação óbvia aqui é a necessidade de desligar o portátil, retirar o jogo e colocar no console de mesa. A solução da SEGA, lançada em 1991, era usar um adaptador para permitir o Gamegear rodar jogos de Master System, o caso oposto da Nintendo com o Super Game Boy, de 1994.

Em 1995 a SEGA lança o Nomad, que é basicamente um Mega Drive portátil que aceita os mesmos cartuchos e possui uma saída de audio/vídeo, além de conexão para um segundo controle. Foi a primeira vez em que era possível ter apenas um aparelho para exercer ambas as funções de portátil e console de mesa. Uma solução semelhante, excluindo o joystick extra, foi introduzida pela Sony ao lançar a segunda geração do PSP, que possuía saída de vídeo componente.

Enquanto todas estas propostas são válidas, em especial dentro da época de seus lançamentos, há falhas que não nos permite considerá-las a solução definitiva para um console com características híbridas. A mais notável é a dificuldade em jogar multiplayer longe da TV. O Nomad permite conectar um joystick extra, mas isso significa que sempre será necessário carregá-lo consigo, além dos claros problemas de visibilidade devido ao console ficar nas mãos do primeiro jogador. Inclusive, há o problema de estar sempre preso a cabos, com o console indo até você e uma mera conexão de vídeo indo até a TV.

O Switch vem para resolver estes problemas com uma solução genial: Os Joy-Con. Quando jogado no modo portátil, ambos os pequenos controles ficam conectados às extremidades do console e o fazem funcionar não muito diferente de um GBA, PSP ou PS Vita.

Mas também é possível retirá-los, colocar o tablet em cima de uma mesa e jogar como se estivesse na frente da TV. A grande sacada disso é poder entregar o segundo joy-con (que sempre estará com atrelado à unidade principal) a um amigo e jogar multiplayer de forma prática e rápida. Isso muda toda a dinâmica de uso em grupo fora de casa, onde antes era necessário carregar seu 3DS ou Vita, achar alguém com o mesmo console e, em alguns casos, o mesmo jogo. Agora basta apenas uma pessoa ter o Switch, que por sua vez sempre terá dois controles disponíveis.

A última forma de uso é conectando à TV, onde os joy-con são mais uma vez desencaixados do tablet pra uso separado ou em conjunto, neste último caso até mesmo permitindo encaixar um acessório (o grip, incluso no pacote do videogame) que os transforma em um joystick convencional. Para fazer a conexão com o televisor, basta encaixar o tablet na dock (também inclusa) e não tem passo dois. O console manda imagem e som através do HDMI e ainda ganha três portas USB (uma 3.0 e duas 2.0).

O diferencial do Switch é a fluidez com a qual estes três modos são alternados, além de facilitar totalmente as partidas multiplayer local fora de casa. Nenhum outro console conseguiu este feito e tudo isso se deve a um projeto de produto genial, onde praticamente tudo foi pensado nos mínimos detalhes para entregar a melhor experiência de uso possível. O aparelho não é um console de mesa ou portátil, mas sim a união perfeita de ambos. Temos aqui um conceito de videogame realmente inovador, algo que não via a um bom tempo.

O Switch

Além de fluida, a experiência de uso é bastante confortável. O tablet é mais pesado do que imaginei, mas ainda sim é leve e balanceia bem com a falta de massa dos joy-con. O corpo de ambos é feito de um plástico que parece ser bem durável, e o material dos trilhos que os conectam parece ser um metal de boa qualidade. A tela não é de vidro, então as chances de quebrar são menores, mas por outro lado as de arranhar são bem maiores.

Por falar nisso, são 6.2 polegadas de um painel de LCD IPS. O tamanho pode ser o mesmo que o do Wii U, mas a qualidade é muito maior. Os ângulos de visão são muito bons, a reprodução de cores é ótima e, pela primeira vez em um portátil de jogos dedicado, a tela é HD. Claro, estamos falando de 720p, não Full HD, mas em uma tela deste tamanho o DPI chega a 237, bem mais que o necessário. Na verdade, a densidade de pixels chega a ser maior que a do MacBook Pro de 13” (227 ppi) e do PS Vita (220 ppi). Por fim, a tela reconhece múltiplos toques e é capacitiva, ambas novidades num console Nintendo.

Fico feliz em ver analógicos dignos de um console de mesa, não diminutos, como o Vita, ou em formato de disco, como o 3DS. Os botões, por outro lado, seguem o caminho dos portáteis, menores e mais “clicáveis”. O R/L são um pouco mais finos que o normal, mas se estendem numa superfície ideal quando comparado com outros controles no mercado. O ZR/ZL são bem confortáveis, mas infelizmente não são analógicos, uma ausência que não faz sentido. De forma geral, os joy-con são ótimos, mas eu ainda aconselho o grip sempre que possível. O que não testei foi a câmera IR no controle direito e o HD Rumble, ambos indisponíveis nos jogos que tenho.

Para deixar o console em cima da mesa, é possível puxar um apoio na traseira do aparelho. Não senti muita fragilidade nesta peça, e caso o usuário faça mais força do que deveria ela simplesmente se desencaixa para não quebrar, uma solução bem agradável. O que fiquei incomodado é que há apenas um ângulo de inclinação possível, então existem situações nas quais haverá um certo desconforto. Em cima de mesa, com o jogador sentado, não é um problema.

Pela primeira vez num portátil da Nintendo há a presença de um cooler e, portanto, há saída de ar que fica localizada na parte superior do tablet. Quando jogado longe da TV não percebi muito movimento da ventoinha, mas acontece ao colocar na dock. Não acredito que seja algo que muita gente vá perceber e com certeza ninguém vá se incomodar. O que não é o caso da entrada USB na parte inferior do aparelho, que simplesmente impede o jogador de carregá-lo enquanto o deixa apoiado. Algo que fiquei muito feliz é a ausência de LEDs indicadores, uma diferença gritante do 3DS e que fica mais alinhado com produtos modernos.

A minha surpresa foi definitivamente a velocidade do sistema. Vindo do Wii U e 3DS, a diferença será notável. Pausar o jogo e abrir o menu principal é rápido. Abrir as configurações, notícias e eShop é instantâneo. O game nunca fecha, nem mesmo ao mudar a resolução, sistema de som ou de cores da tela. O resultado é melhor até mesmo que o PS Vita, e chega bem perto do que esperamos de um smartphone topo de linha. Não esperava este nível de responsividade, mas fico feliz em estar surpreso.

Atualização: Enquanto o sistema em si é bem rápido e eficiente, o mesmo não pode ser dito da conexão wifi. As antenas aqui presentes não são da melhor qualidade, sendo bem comum perder parte do sinal ao se distanciar do roteador. Para efeito de comparação, o wifi de meu MacBook de 2009 é bem melhor, e estamos falando de um aparelho lançado oito anos antes do Switch.

Os menus em si são bem simples de entender e direto ao ponto. Quem precisava aumentar o brilho do Gamepad sabe o quão ruim era pausar o jogo e abrir um menu dentro do menu que foi aberto, para só então fazer a mudança. O mesmo pode ser dito do 3DS. Aqui basta segurar o botão Home e uma pequena tela aparece no canto direito, que ainda permite mudar o volume (que também pode ser feito pelos botões físicos), entrar no modo avião e ver o nível do Wifi/bateria e hora. Em nenhum momento eu achei que estava dando mais passos que o necessário para realizar uma função.

O console vem com 32 GB de memória, sendo que em torno de 26 GB estão disponíveis para o usuário. Não é muito, mas é o suficiente para armazenar Mario Kart, Bomberman, ARMS, Splatoon 2, todos jogos multiplayer interessantes de manter na memória, e ainda sobrar espaço. Ainda é possível acompanhar tudo isso com algum jogo single player grande, como Zelda ou Dragon Quest Heroes 2, em forma de cartucho.

Porém, o aparelho aceita qualquer cartão microSD para aumentar sua capacidade. Dando uma pesquisada rápida, é possível encontrar bons modelos de 32 GB por R$ 75,00 e 64 GB por R$ 160,00, então não é um investimento muito caro, além de só ser necessário quando a memória interna realmente acabar. Para alguém que vai mesclar jogos físicos com digitais, é muito provável os 32 GB iniciais durem até o final do ano, mas quem for focar nos jogos em caixinha provavelmente nunca precisará aumentar a capacidade.

Atualização: E foi em março de 2018 que comprei meu primeiro cartão de memória, um modelo barato de 32 GB. O motivo para isso é que eu precisava baixar o primeiro Bayonetta através do código que recebi na versão física do segundo jogo, mas tinha apenas 6 GB disponíveis. Não fosse este o caso, simples atualizações de jogos ainda iam demorar para consumir o restante da memória, já que os jogos da própria Nintendo costumam tomar de 200 mb até 1 GB de espaço extra, mas vale lembrar que são atualizações opcionais. O que realmente gastou meus 32 GB iniciais foi o download do modo multiplayer de Doom (que por si só custou 8 GB) e algns jogos digitais, como FAST RMX (1 GB), Dandara (1 GB) e Shantae (1.8 GB).

É importante lembrar que alguns jogos, como NBA 2K18, obrigam o jogador a baixar uma parte do conteúdo para sequer rodar. Caso vá pegar vários jogos assim, é bastante aconselhável um cartão de memória.

Algo que gostaria de pontuar é que a Nintendo não impõe limites para os desenvolvedores quando o assunto é o tamanho de seus jogos. É comum fabricantes de consoles proibirem editoras de lançarem jogos que não caibam na memória interna do modelo de seu console com menor capacidade, para não deixar ninguém frustrado em não conseguir jogar um jogo que tenha comprado. A Nintendo não faz isso e, logo de cara, permitiu a Square Enix de lançar DQH2 pesando mais de 30 GB, requerendo, assim, um cartão de memória para poder instalar. Porém, até o momento, jogos deste tamanho são uma exceção.

A bateria é uma preocupação de muitos e eu posso confirmar que não é das melhores. Na verdade, é bem semelhante com o a do meu 3DS original e iPhone 5S: Dura o dia todo em uso normal, mas à noite já estão quase esgotados. Desde que comprei o Switch, usei diariamente de manhã antes de trabalhar, na minha pausa para almoço e depois do expediente, enquanto esperava o engarrafamento baixar, e ao chegar em casa a bateria estava com menos de 10%. É verdade que todas estas sessões foram relativamente curtas, mas refletem muito bem o meu dia a dia.

A boa notícia é que basta colocá-lo na Dock e, desta forma, nem é preciso parar de jogar enquanto carrega, ou ficar preso a jogar perto de uma tomada em modo portátil. A facilidade de carregar também é um ponto forte, onde qualquer cabo USB-C funciona e é possível conecta-lo ao computador ou na fonte de um celular qualquer. Também é possível utilizar baterias externas, mas fique atento pois nem todas funcionam enquanto o console estiver ligado. Já os joy-con só podem ser carregados ao conectar com a unidade principal, então não é possível jogar na TV e carregá-los ao mesmo tempo, a não ser através de um acessório opcional. Minha dica é que não é necessário, tendo em vista que a bateria deles dura bastante (mais de dias) e carregam bem rápido também.

Algo que me impressionou foi a eficiência do modo descanso. Não importa o jogo que estivesse rodando, bastava apertar o botão sleep para o console dormir, e o impacto na bateria é praticamente zero. A diferença para o PS Vita é clara, onde mesmo pausado o console drena a bateria rapidamente, em especial se o Wifi/Bluetooth estiver ligado.

Quando o assunto são configurações, o Switch me surpreendeu com algumas opções que não costumamos ver nos consoles da Nintendo. A primeira é saída Full RGB, que permite uma gradação de pretos e brancos mais suave em monitores de computador e determinadas TVs. Além disso, temos a função de sincronização com o televisor, para ligar e desligar a tela quando ligar e desligar o Switch. Também há opções de tema claro e escuro, suporte a múltiplos usuários, separação de conteúdo no cartão/memória interna de forma inteligente e modo avião. A única decepção é que os arquivos de salvamentos do jogos não podem ser transferidos da memória interna, e nem tampouco colocados na nuvem.

Atualização: Algo que passou despercebido ano passado foi a falta de suporte a fones bluetooth. A boa notícia é que, depois da atualização 4.0, é possível utilizar fones sem fio que possuem um receptor USB (inclusive o Playstation Gold/Platinum). É uma solução que só funcionará no modo dock, mas é melhor que nada.

Quando o assunto é audio, outro problema deve ser levantado: A falta de som Dolby Digital. O único decodificador de audio do Switch é o PCM, então é bom ter certeza que seu home theater tem suporte ao formato. Além disso, o aparelho não possui uma saída de audio dedicada, então HTs de baixo custo vão necessitar que sua TV faça esse trabalho, seja através HDMI ARC ou outro formato.

Vale lembrar que o Switch não possui trava de região, então é possível criar uma conta em qualquer eShop do mundo e aproveitar de jogos exclusivos de uma determinada região. Além disso, qualquer cartucho funciona no aparelho e alguns até possuem texto em diversos idiomas!

Uma área controversa do sistema fica por conta de suas características online. O primeiro problema se dá ao adicionar algum amigo, onde, ao invés de procurar por um nome de usuário, é necessário utilizar o arcaico sistema de friend codes. É possível também procurar por usuários locais ou pessoas que você jogou recentemente. Além disso, há uma opções de sugestões onde é possível adicionar seus amigos do 3DS/Wii U que usem a mesma Nintendo ID, ou que você tenha adicionado no Miitomo ou Super Mario Run, mas nada de Facebook, Twiiter ou Email.

Atualização: Agora é possível adicionar amigos através do Facebook e Twitter! Nada de username ainda, mas tenho esperanças que isso vá acontecer quando o sistema online pago estiver entre nós.

Vale notar que a Nintendo não permite que você receba convites para jogar ou realize chat de voz através do sistema, sendo necessário baixar um aplicativo para Android/iOS que realiza tais funções. Até agora eu não entendi o motivo dessa decisão, mas de qualquer forma é péssima. Não posso opinar além pois ainda não usei tal app, mas não consigo enxergar isso como algo bom. Vale lembrar que este aplicativo não está disponível na App Store brasileira.

Atualização: O app finalmente ficou disponível na App Store brasileira e tive a oportunidade de testar. A experiência de chat não é das melhores, mas é bem legal ter um “hub” onde posso consumir certas informações do meu jogo. Ainda queria que isso fosse um extra e não parte fundamental da experiência. O único jogo que faz uso de tal funcionalidade é Splatoon 2, porém outros virão junto do sistema online pago.

Biblioteca de Jogos

Poucos consoles recebem um jogo como Zelda: Breath of the Wild no lançamento, mas o Switch é mais que uma máquina para jogar Zelda. É claro que não temos jogos de todos os gêneros disponíveis no sistema, mas há uma boa variedade que dificilmente vemos no primeiro ano de um aparelho.

Primeiro ao multiplayer. Mario Kart 8 Deluxe é uma atualização do jogo de Wii U que já era praticamente perfeito, além de ser um título de corrida que todos podem aproveitar. O mesmo podemos dizer de ARMS, jogo de “luta” desenvolvido pelos seus mesmos criadores e igualmente divertido. Para fechar o trio, Splatoon 2 continua tão inovador quanto o primeiro, só que agora bem mais completo. Bomberman é um título que poucas pessoas falam, mas que recomendo imensamente. Ultra Street Fighter 2 já está disponível, mas achei o jogo bastante caro para o que oferece. Além destes, temos Pokkén Tournament DX saindo em setembro e o combo NBA 2k18 e FIFA 18 no final do ano.

Além de ser um conceito bem interessante, Mario + Rabids parece bem divertido e chegará em agosto. Já em outubro jogaremos a nova aventura do 3D Mario e um pouco depois a do Sonic, intitulada Forces. Por falar nele, Sonic Mania já está disponível e é fantástico. A Bethesda nos prometeu Skyrim e a promessa ainda está de pé, mas para aqueles que curtem JRPG, Xenoblade 2 sairá no final do ano e promete seguir a grandiosidade dos títulos anteriores.

A Nintendo não costuma fazer anúncios a longo prazo. Sabemos que há um Kirby e Yoshi em desenvolvimento para, provavelmente, o começo do ano que vem, mas a grande novidade fica por conta do novo jogo de Pokémon e Metroid Prime 4. Não temos janela de lançamento para nenhum deles, mas tudo indica que não será antes que o final de 2018 ou até mesmo 2019.

Atualizações: Desde então, tivemos alguns jogos interessantes saindo para a plataforma. Doom ’16, Bayonetta 1&2, LA Noire e Outlast 1&2 são alguns exemplos, além de futuros títulos para 2018 como Wolfenstein 2, Mario Tennis Aces, Travis Strikes Again, Dark Souls Remastered, Crash, Octopath Traveler e Mega Man 11. Alguns ports de Wii U também estão previstos, como DK: Tropical Freeze, Hyrule Warriors e Captain Toad. O carro chefe, no entanto, fica com Super Smash Bros, inclusive já confirmado para 2018.

Devo lembrar que o Switch também se tornou o lar perfeito para as desenvolvedoras independente. É verdade que não joguei muitos títulos indies porque dou preferencia a jogos físicos, mas não pude resistir a Sonic Mania, Dandara e Fast RMX. Além destes, há inúmeros títulos excelentes que custam uma fração dos U$ 60 dos grandes blockbusters.

Por fim, ainda estamos esperando informações de Bayonetta 3, Shin Megami Tensei V e Metroid Prime 4. Pokémon tem alguma chance de sair ainda este ano, mas Dragon Quest XI foi adiado para 2019.

Preço e Acessórios

Por U$ 300, o aparelho está numa faixa de preço um pouco complicada. Para um portátil, que normalmente custam em torno de U$ 80 até U$ 170, é bem caro. Já quando o assunto é console de mesa, a concorrência oferece opções por U$ 50 a menos e que muitas vezes já acompanha um título bacana. Quando paramos para colocar no papel, é possível gastar U$ 330 com um PS4 + 2DS, ambos acompanhados de um jogo, e ainda fica mais barato que um Switch que precisaria comprar o jogo por fora e potencialmente pagar U$ 360 por tudo.

A grande vantagem do Switch é que ele acompanha dois joysticks totalmente funcionais, muito embora pouco confortáveis, mas se você quiser um par extra espere gastar U$ 80, ou U$ 40 por controle. Para efeito de comparação, um Wii Remote Plus custa U$ 35 e não possui analógico, HD Rumble, leitor de NFC ou bateria interna. Com um conjunto desses já é possível fazer a festa em Mario Kart!

Mas se você quiser uma experiência mais confortável que os joy-con usando o grip, a Nintendo oferece o Pro Controller por U$ 70. São setenta dólares por um controle convencional, U$ 10 a mais que o do PS4 que possui um trackpad e gatilhos analógicos mas não possui HD Rumble ou leitor NFC. Sendo bem sincero, não acho o Pro Controller uma necessidade. O único jogo que eu me imagino fazendo uso extensivo dele seria em Ultra Street Fighter 2, mas já estou achando caro o jogo em si, imagina comprar um joystick só para joga-lo! A vantagem é que estamos vendo opções mais em contra chegando ao mercado, como o Hori Pad que custa apenas U$ 20, mas utiliza cabos e não possui função rumble.

Atualização: Desde a atualização 4.0 é possível utilizar controles de Gamecube através do mesmo adaptador USB utilizado no Wii U. Leve em consideração que não há um quarto botão de ombro e os analógicos não são clicáveis, mas para jogos como Mario Kart funciona perfeitamente.

O que eu aconselho investir seria numa película para tela e numa boa bolsa para carregar o console por aí. Há várias opções bem em conta, a única dica aqui é que a película seja de vidro e a bolsa seja revestida num material duro, que aguente algumas pancadas.

*Todos os preços são apresentados em Dólar, tendo em vista que não possuímos valores oficiais no Brasil e, portanto, seria difícil mensurar o mercado cinza atual.

Recomendações

Mas afinal, vale a pena comprar um Switch agora? A resposta vai depender de qual grupo abaixo você se encaixa.

Lembrando que esta seção foi escrita originalmente em Agosto de 2017, mas uma atualização segue logo abaixo.

Está procurando um portátil, mas já tem um 3DS:

Neste caso, 2017 ainda reserva jogos excelentes como Pokémon Ultra Sun/Moon, Metroid 2: Samus Returns, Dragon Quest XI (no Japão, pelo menos) e Mario & Luigi Superstar Saga + Bowser Minions, além de Fire Emblem Echoes: Shadow of Valentia que já saiu.

Eu só aconselho comprar o Switch caso a lista acima não te agrade e os lançamentos do novo console te interessem muito. Caso contrário, dá para esperar até o final do ano antes de trocar de portátil.

Atualização: O final do ano passou e o 3DS possui uma previsão de lançamentos bem fraca para 2018, muito embora títulos como Luigi’s Mansion ainda estão para sair. Com a biblioteca fantástica do Switch, fica cada vez mais difícil não aconselhar o upgrade.

Não possui um portátil, mas está a fim de um:

Neste caso, você deve olhar o quanto está disposto a gastar. O custo benefício do Switch vem do fato que ele é um 2 em 1, mas quem o enxerga como um portátil provavelmente vai achar o preço de U$ 300 muito salgado. Enquanto isso, é possível pegar um New 2DS XL por U$ 150 e desfrutar uma biblioteca imensa de títulos excelentes que hoje em dia estão bem em conta, podendo pegar vários com os U$ 150 que sobram.

Porém, você deve levar em consideração que o apoio da Nintendo ao 3DS está acabando. Mesmo com muitos títulos legais em 2017, está claro que a dona do portátil não está dando a mesma atenção de anos anteriores. Além disso, metade do preço pode parecer uma barganha, mas mesmo assim ainda estamos falando de U$ 150 por uma linha de aparelhos que saiu em 2011, onde o modelo atual sequer tem 3D, que era o grande diferencial tecnológico.

Na minha opinião, vale a pena investir num Switch. O apoio da Nintendo está muito bom, com um grande jogo saindo a cada mês e em pouco tempo teremos uma biblioteca tão boa quanto a do 3DS. A grande barreira aqui seria o preço, mas as chances são grandes de você se interessar por um Switch daqui a um ano, então é melhor comprar logo agora do que acabar pagando por dois portáteis no fim.

Atualização: Aos poucos, as grandes franquias presentes no 3DS estão mudando para o Switch. Só aconselho pegar um (2)3DS a esta altura do campeonato caso o investimento com o Switch seja realmente muito alto. Afinal, é possível comprar um 2DS comum por míseros U$ 80, o que também faz dele um ótimo console para crianças, seja para um filho ou um irmão.

Está procurando um console de mesa para complementar seu PS4/One:

Não pense duas vezes. A biblioteca dos consoles da Microsoft e Sony compartilham de muitos títulos multiplataformas, então eu não aconselho ter ambos, mas um Switch possui diversos jogos originais que complementam seus concorrentes perfeitamente. Não há nada melhor do que jogar Final Fantasy XV, Assassin’s Creed ou Doom (este agora disponível no Switch) e depois mesclar com ARMS, Splatoon ou Zelda. Além disso, é sempre bacana ter Mario Kart e Bomberman para jogar com os amigos que vão te visitar em casa.

Mesmo com todas estas vantagens, o jogador que optar pelo combo PS4/One + Switch ainda ganha um portátil de brinde.

Não possui console de mesa, mas está a fim de um:

Aí vai depender da sua intenção. O Switch possui experiências multiplayer despretensiosas e excelentes, então se você o tipo de pessoa que curte isso o console é para você. O único jogo single player AAA sério que joguei até agora (Agosto de 2017) foi Zelda, enquanto que os concorrentes possuem estes aos montes.

Se para você tanto faz, minha dica seria comprar um PS4 primeiro. Com U$ 300 você pega o modelo Slim da Sony com pelo menos três jogos e talvez um joystick extra. Existem muitos títulos bons e baratos para o sistema, em especial os mais antigos de 2014/2015. Deixe para pegar um Switch ano que vem quando os jogos estiverem mais em conta e o houver mais opções.

Atualização: “Ano que vem” chegou e a biblioteca do Switch está bem melhor. Caso você seja um jogador comum, há muita novidade a descobrir no console ao mesmo tempo em que é possível jogar suas partidas de FIFA/NBA. Há jogos de aventura, RPGs ocidentais e orientais, plataformas 2D e 3D, shooters, estratégia, hack & slash… É verdade que não há muitos títulos de cada gênero, mas daqui que você termine todos estes com certeza outros aparecerão. 

No entanto, a Sony não dormiu no ponto e o fator “preço” continua pesando. Porém, no cenário atual, acredito que o Switch consegue se manter sozinho debaixo de sua TV, especialmente se você for acostumado a comprar um jogo por mês, no máximo. Nessa situação nunca faltará novidade para jogar.

Conclusão

Não é todo dia que vejo um aparelho tão bem projetado, onde seu conceito é executado através de soluções inovadoras e os demais elementos complementam o design perfeitamente. Dá para ver que a Nintendo criou o Switch com amor, e é possível ver o comprometimento da empresa com o aparelho, desde os pequenos detalhes de sua interface até a biblioteca de jogos de altíssima qualidade.

Nos conte suas experiências com o Switch nos comentários, tanto as felicidades quanto as frustrações.

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