Famicon Detective Club: The Girl Who Stands Behind é o jogo que se passa três anos antes da história de The Missing Heir, que analisamos há pouco tempo. Nela, vemos como o protagonista, ou seja, você, começou sua carreira de detetive adolescente, e promete ser cheia de mistério e uma dose de terror psicológico. Bora analisar:
[bs-heading title=”Sobre The Girl Who Stands Behind” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Recomendação de Compra
Final Fantasy I-VI Pixel Remaster Collection
Lançamento: 8/Out/2024
Famicon Detective Club: The Girl Who Stands Behind, assim como seu antecessor, nunca tinha sido traduzido para o ocidente oficialmente até agora. Diferente de The Missing Heir, por exemplo, o jogo havia recebido um remake para o Super Famicon, o Super Nintendo japonês.
A mesma equipe por trás do jogo original também esteve por trás desse remake, que contou com algumas melhorias técnicas, não só nos gráficos e no som, como também adicionando o bloco de notas, que foi integrado aos dois jogos do remake do Switch.
O remake foi muito bem recebido pelo público, com uma avaliação média superior a 4 estrelas (de 5), e fez com que um terceiro capítulo pra história fosse criado. Isso mesmo, além dos dois títulos que acabaram de ser refeitos para o Nintendo Switch, há ainda um terceiro jogo, BS Tantei Club: Yuki ni Kieta Kako (O Passado Perdido para a Neve).
O título começa com “BS”, em vez de “Famicon” (“Tantei” é a palavra japonesa para “Detetive”) porque o jogo foi feito para o saudoso e pouco conhecido Satellaview, um acessório extra para o Super Famicon vendido apenas no Japão. Ele foi muito bem recebido, sendo considerado pelo público japonês o quinto melhor jogo da curta história do console (de mais de uma centena de opções).
Isso me faz ter esperança de que a Nintendo pode estar preparando o remake de Yuki ni Kieta Kako, e talvez algum jogo novo da franquia.
[bs-heading title=”História” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
A história de Famicon Detective Club: The Girl Who Stands Behind é, de longe, muito superior à de seu antecessor. Levando em conta que o jogo foi lançado em 1989, ele é um pioneiro no gênero de terror psicológico em escolas, que hoje é algo considerado clichê, mas ainda tem muitos fãs.
Jogos como Corpse Party e filmes como Death Bell beberam bastante da mesma fonte que The Girl Who Stands Behind, e apesar de a história em si não ter nada de sobrenatural per se, a forma como isso é abordado, mostrando como um caso sem resolução pode criar e aumentar superstições, torna a história toda bastante crível, além de garantir alguns momentos de dúvida sobre a real natureza do crime; se realmente foi natural.
O jogo começa com o protagonista sendo perseguido e salvo da polícia pelo Detetive Utsugi, que logo, e sem nenhuma razão real pra isso, te contrata. Caso você tenha jogado The Missing Heir, você pode optar por importar o nome do protagonista, e o mesmo vale se você inverter a ordem dos jogos. Logo, você tem um caso em suas mãos:
Você é chamado para atender a um caso de uma aluna do Ensino Médio que morreu. O corpo encontrado no rio é logo descoberto ter sido estrangulado antes de morrer. Como detetive adolescente, você é a pessoa perfeita para se misturar com estudantes do ensino médio e fazer perguntas.
É notável o refinamento da escrita das personagens neste jogo, em relação ao anterior. Os motivos que fazem com que alguém evite te responder algo são muito mais realistas do que o simples deboche ou teimosia sem sentido de The Missing Heir. Talvez pelo fato de que aqui, é um caso claro de homicídio, em vez de apenas uma suposição. De qualquer forma, as personagens são muito melhor escritas, e eu achava que as anteriores já o tinham sido.
Gostei especialmente de como foi construído o relacionamento entre o protagonista e a Ayumi, que é sua colega de trabalho no outro jogo. Ela aqui é só uma colega de sala da aluna morta, e elas faziam parte de um clube de detetives. Elas começaram a investigar um caso antigo de outra aluna que morreu, e pouco depois, essa amiga, Yoko, morre, e os cochichos de que a Garota Que Fica Atrás (em tradução livre) voltou a aparecer; até professores falam de ter visto essa aparição fantasmagórica, e o desenrolar disso tudo é perfeito.
Mais perfeita ainda é a forma como é muito difícil de ter uma noção exata de quem foi responsável pelo crime, ficando literalmente até a última meia hora do jogo para descobrirmos quem realmente tem culpa no cartório.
[bs-heading title=”Gameplay” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Já falei bastante sobre a gameplay do jogo na análise anterior, e aqui, não muda muita coisa. É notável que esse jogo foi feito depois, porque algumas coisas fluem muito mais facilmente, e é dessas diferenças que vou falar.
Uma diferença bem clara é que quando você precisa preencher alguma resposta, pode só selecionar do bloco de notas, em vez de ter que digitar, como em The Missing Heir. Como são nomes difíceis de se memorizar para algumas pessoas, é frustrante não lembrar, e não sei o que aconteceria se eu errasse, mas é bem mais fácil só escolher da lista.
Outra coisa legal é que o procedimento no final do dia é mais intuitivo. Você não conversa nada, primeiro, especula sobre tudo o que aprendeu no dia, e depois pensa a respeito. É um momento legal de ver seu trabalho dedutivo sendo feito, e mostra por que você (ele, no caso) foi selecionado para o caso complicado que se passa três anos depois.
Também há alguns momentos nos quais você precisa tomar decisões, e, embora elas não interfiram no resultado do jogo, até onde sei, elas mostram o quão compatível com a Ayumi você terminou o jogo. Terminei só com metade dos corações possíveis, então pretendo jogar de novo pra tentar terminar com mais, e ver se algo muda no final.
O mesmo problema do jogo anterior continua, porém, que é o fato de que em muitos momentos, parece que você já explorou todas as opções, e do nada, uma opção que não faria sentido, resolve tudo. Outra coisa é que parece que as pessoas falam menos por vez. Pode ser uma impressão, mas a sensação é de que você tem menos falas desbloqueadas por nova ação, precisando ficar selecionando a mesma opção várias vezes pra ver todas as linhas de diálogo sobre aquilo; isso definitivamente deveria ser corrigido para um próximo jogo. Deixa a pessoa falar tudo o que tem pra dizer de uma vez, Big N!
[bs-heading title=”Som e Gráficos” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Esse jogo conta com uma atmosfera completamente diferente de seu antecessor, e tanto a trilha sonora quanto o visual deixam isso claro.
Sobre o som, aqui você também tem a opção de ouvir em 8 bits, e essa música é bem mais agradável de se ouvir que a anterior. Ainda assim, a versão moderna e orquestrada é bem melhor. Os sons do ambiente são bem menos irritantes que os grilos intermináveis da mansão Ayashiro, e nos momentos mais sombrios, a trilha colabora demais para o clima.
The Girl Who Stands Behind também é 100% dublado em japonês com legendas em inglês, e o trabalho de dublagem aqui é tão sensacional quanto o outro. Não fosse a quantidade de vezes que você precisa apertar o botão pra ação continuar, pareceria que estamos assistindo a um anime de terror. Faltou ter mais opções de legendas; entendo que traduzir uma Visual Novel exige muito investimento, e não é um jogo que venderá tanto para compensar, mas ao menos um espanhol, para o público latino, poderia ter sido incluído. Esqueci de dizer isso na análise anterior.
Por incrível que pareça, apesar de ambos os remakes terem sido feitos juntos, este jogo parece ter sido feito depois de The Missing Heir, porque os cenários aqui são muito mais ricos em detalhes. Mais que isso, os fundos são animados com eventos únicos. Enquanto que você podia ver um peixe pulando no lago ou a cascatinha fluindo sem parar, a escola tem pessoas mexendo nos armários no fundo da cena e sumindo, a delegacia tem uma policial servindo café, e assim vai. Cenas como essas fazem dar um pouquinho a mais de fator replay ao jogo, porque a gente fica com certa curiosidade de saber o que perdeu.
[bs-heading title=”Conclusão” show_title=”1″ heading_color=”#c4100a” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h3″][/bs-heading]
Famicon Detective Club: The Girl Who Stands Behind é claramente um passo à frente de The Missing Heir, e me faz querer demais ver o quão bonito ficaria o trabalho no remake do terceiro jogo da série e, ainda mais, num possível quarto jogo (posso sonhar, não posso?)
O jogo ainda poderia ser muito melhor, especialmente na fluidez, mas a atmosfera e história me prenderam bastante e me fizeram não largar até conseguir terminar. Mais que isso, o jogo me fez agradecer de ter começado por The Missing Heir, já que é uma evolução. E atenção: tem cenas pós-créditos, não perca.
Análise feita com cópia gentilmente cedida pela Nintendo.
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