Houve uma época em que os jogos da navinha (os famosos Shmups) dominavam arcades japoneses e consoles, como o Sega Saturno.
Com jogos cada vez mais complexos, este gênero tem caído em desuso, e para se manter no mercado começaram a inovar (misturando-se a outros gêneros, como YuruKill) ou apelar na dificuldade, agregando a sensação de nostalgia para o público que já acompanhava o estilo de jogo.
SophStar é um Shmup vertical estilo retrô desenvolvido pela empresa brasileira BananaBytes, e traz a ideia de atrair tanto novos jogadores quanto veteranos do gênero.
Recomendação de Compra
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Lançamento: 17/Out/2024
[bs-heading title=”SophStar, um Shmup desenvolvido por quem entende do assunto
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É inegável que os desenvolvedores conhecem o gênero que originou SophStar.
Porém, ao invés de simplesmente clonar games como Sonic Wings, Radiant SilverGun e Ikaruga, só para mencionar alguns, SophStar consegue trazer um pouco de cada para criar algo interessante e diversificado.
Contrariando o clássico sistema de evolução de armas que muda drasticamente a forma/quantidade das balas, o jogo traz 9 veículos com tiros, teletransporte e especiais diferentes.
Diferente de Sonic Wings, por exemplo, em que todo especial deixa o jogador invulnerável por alguns segundos, em SophStar somente algumas naves darão essa vantagem. O teletransporte, outro sistema muito bem desenvolvido para o game, traz diferentes movimentos para cada nave. Há aquelas que podem se teletransportar de forma rápida para escapar de misseis, e o recarregamento para se teletransportar novamente é mais rápido, enquanto que outras naves, mais poderosas nos tiros e especiais, irão se teletransportar de forma aleatória. O meu favorito, o Z-2, possui uma espada em sua fronte, da qual, toda vez que você se teletransporta verticalmente ou horizontalmente, ela destrói os inimigos na trajetória.
Os tiros especiais não são todos de ataque, e os que são também possuem diferenças. Preenchendo a barra no canto inferior direito, você pode utilizar esse tiro especial. No caso das naves Leo e Arobe D, por exemplo, eles ficam em um modo de defesa, criando imunidade contra tiros que acertam a nave.
Os tiros comum possuem diferenciações também. Há naves com tiros amplos porém fracos, outras com tiros estreitos e extremamente fortes. Algumas atiram para traz, uma nave possui tiro teleguiado e outros possuem tiros que mudam de direção toda hora, mas que é acompanhado de uma energia que ao acertar o alvo, cria uma hélice no local, acertando os demais inimigos enquanto continha a causar danos na nave atingida.
Quis deixar tudo isso bem explicado para deixar claro que SophStar é muito mais do que um Shmup vertical com naves que possuem poderes similares com vantagens diferentes. Pense como em um jogo de luta: cada nave tem algo diferente há oferecer, trazendo 9 abordagens de finalizar as 8 fases do jogo (na verdade 7, já que a última é só a batalha contra o último boss).
[bs-heading title=”SophStar é para quem curte um clássico Shmup, mas pode agradar quem curte um game de progressão também” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
São poucos jogos que tentam inovar de forma criativa esse gênero, como Sigma Star Saga fez no Game Boy Advance, um jogo de nave com elementos de RPG misturado a uma complexa história. SophStar consegue trazer um equilíbrio para ambas as formas.
O jogador tem uma história simples, de rápidos diálogos para justificar a ação, o que pessoalmente acho enfadonho no modo arcade, especialmente com o fraco contexto (apesar de amar a arte das cutscenes!). No entanto, a BananaBytes sabia o que estava fazendo: no menu de opções, é possível desligar as cutscenes. Existem alguns toques criativos, como subchefes que coletam a data de batalha da sua nave durante a partida, introduzindo esse elemento rápido de história durante o jogo, sem atrapalhar a rápida ação. Se cada nave tivesse um protagonista diferente para trazer cutscenes e uma visão variada da história, talvez o jogo se tornasse mais interessante nesse quesito.
Mas há também uma forma de progressão. O jogo possui, através de um modo chamado “Escola de Cadetes”, diversas missões extremamente rápidas com naves específicas. É possível tirar rank do D ao S e desbloquear novos filtros e extras conforme for completando as missões, dando um senso de progressão muito gostoso, sem os longos diálogos que Sigma Star Saga fez no Game Boy (apesar deste último ter uma história mais interessante).
O que achei mais incrível é como a desenvolvedora soube criar missões rápidas que aproveitam o máximo do jogo. Há 5 tipos de missões, que vão de conseguir um determinado número de pontos em tempo ou sobreviver sem atirar por alguns segundos, até destruir todos os inimigos sem errar tiros.
Tudo isso é realizado de forma criativa e inteligente. Em uma missão, por exemplo, você deve usar o teletransporte da já mencionada espada da nave Z-2, e destruir uma quantidade X de inimigos só dessa forma. Não é nada impossível, porém continua sendo desafiador em uma medida justa, e é muito divertido.
Há outros modos mais tradicionais em SophStar, entre eles os clássicos Score Attack e Time Attack, além de um modo infinito para quem quiser jogar sem interrupções.
[bs-heading title=”Uma arte original e trilha sonora de tirar o fôlego” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
A arte de SophStar, mesmo rodando em 240×320, como os clássicos arcades de navinha, é linda, tanto na televisão quanto na tela do Switch.
Tudo roda de forma fluída, sem gargalos. Além disso, reforçando o know-how da BananaBytes, as paletas de cores nunca atrapalham durante a ação. Os pontos verdes, os tiros roxos e as cores dos cenários nunca atrapalham o jogador com as hordas de tiros que surgem na tela.
O jogo acompanha uma arte desenhada original, pré-animada que dá um charme para o jogo, e tudo acompanhado de uma ótima trilha sonora. Não consigo tirar as músicas da segunda e da sexta fase da cabeça, que lembram o início do estágio de Cyber Peacock de Mega Man X4 (2ª Fase), e a música da fase do Zangief, de Street Fighter II (6ª Fase).
[bs-heading title=”Ou fácil, ou difícil. Cadê o meio-termo?” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
O jogo, apesar de acessível aos novos jogadores, não possui equilíbrio na dificuldade padrão. Os dois primeiros níveis de dificuldades são mais acessíveis, e do médio para cima são muito desafiadores, faltando um equilíbrio no meio-termo. Jogando nos dois primeiros níveis, a dificuldade dá um salto a partir do quarto estágio, mas no normal, a partir do segundo já fica extremamente desafiador, o que, para os menos habituados, poderá ser um problema.
Nas dificuldades maiores o jogador acabará se atrelando a certas naves, já que alguma serão fracas demais para atravessar algumas fases nas dificuldades superiores, porém há bônus e secrets que surgem ao destruir certos inimigos e completar certas condições, que podem aumentar a barra de especial ou garantir mais pontos e vidas para destruir as hordas inimigas. O jogador também ganha continues extras sempre que alcançar um novo estágio, para quando iniciar o modo arcade novamente.
SophStar possui a forma clássica de conseguir mais vidas durante a partida conquistando pontos. Toda vez que você destrói um inimigo, ele deixa uma pontuação, e conforme essa pontuação fica no ar ela vai diminuindo de tamanho e valendo menos pontos, o que obriga o jogador a tomar certos riscos para pegar os pontos antes que desapareçam por completo. Além disso, é possível fazer combos (multiplicando até 9) conforme o jogador destrói as naves em sucessão, indo para um score online onde é possível comparar os pontos adquiridos contra outros jogadores.
[bs-heading title=”SophStar, um Shmup recomendado para veteranos e novos jogadores” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#00a7eb” heading_style=”t6-s4″ heading_tag=”h2″ bs-text-color-scheme=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/bs-heading]
Fazia tempo que eu não me empolgava com um jogo de navinha. Além de ser extremamente rápido e relembrar os clássicos do Sega Saturno, o jogo consegue inovar trazendo diversos tipos de estratégias diferentes graças as inovadoras e diversificadas naves (uma delas, inclusive, em homenagem a Santos Dumont, com o 14-bis).
E, apesar de não ser um simulador como Sigma Star Saga, o modo Escola de Cadetes traz desafios que desbloqueiam extras com um sistema de ranque e missões rápidas e diferenciadas, trazendo um modo de progressão muito bem vindo ao jogo.
Tirando o desequilíbrio da dificuldade para novos jogadores no modo arcade a partir do nível normal, o único outro defeito que consigo encontrar aqui é não ter um modo Multiplayer, tão necessário para aumentar o replay deste gênero, que também é extremamente divertido de jogar com a família e os amigos.
Jogo analisado com o código fornecido pela Red Art Games
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