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Analise – Tunche

Uma aventura na selva amazônica

Tunche é um beat ‘em up com elementos de roguelike totalmente desenhado à mão, ambientado na floresta amazônica e com inspiração no folclore peruano. É o primeiro projeto da desenvolvedora LEAP Game Studios e publicado no console pela Hypetrain Digital. Esse projeto ambicioso durou 4 anos para ficar pronto e não poderia ficar de fora do Nintendo Switch.

História

Tunche conta a história de 4 nativos, Rumi, Poncho, Qaru e Nayra (mais a menina do chapéu de “a hat in time”), Eles adentram a floresta amazônica em busca do Tunche, um poderoso espírito que protege a floresta. Cada um deles tem um motivo em particular para procurar Tunche, mas o que eles não esperavam é que a floresta está repleta de espíritos querendo atacá-los. Com a ajuda da velhinha que os traz de volta no momento de maior perigo, eles tentam descobrir o que aconteceu para os espíritos e as criaturas da floresta estarem agindo de forma violenta.
Todas as criaturas e os espíritos em Tunche são baseados no folclore peruano, lendas da amazônia e seres vivos que vivem na mata, bem como os personagens, mostrando a diversidade da floresta, sua cultura e sua beleza.

Cada personagem desenvolve sua história ao longo da campanha. Ao jogar com eles, encontramos memórias do passado de cada um e vamos descobrindo pouco a pouco o motivo de estarem ali, mas a floresta esconde muitos segredos que aumentam ainda mais a imersão na história, que é contada pelos personagens e por espíritos misteriosos da floresta. Tudo isso se desdobra com base em uma linda direção de arte e em formato de quadrinhos.

Jogabilidade

Em Tunche, enfrentamos hordas de inimigos em várias salas geradas proceduralmente; e quanto melhor seus combos, melhor sua recompensa. Essas recompensas podem ser usadas para várias coisas, como comprar combos, poções de cura, melhoria dos núcleos espirituais e muito mais.
Ao todo podemos controlar 5 personagens, cada um com um estilo diferente:

Rumi é bem equilibrada; tem boa velocidade, dano moderado e magia simples.

Poncho é mais lento, porém sua força e magia causam efeitos negativos nos inimigos.

Garu é o mais rápido e responde mais rápido aos combos, além de ter excelente esquiva.

Nayra abusa de sua lança para ter alcance e acertar vários inimigos ao mesmo tempo e várias vezes.

E a Hat Kid tem todos os atributos bons dos outros, sem nenhuma desvantagem clara.

Tudo flui muito bem sem lag de comando ou gráficos. Se você acha que o game é leve, se engana: ele pesa 5GB por conter todos os sprites desenhados. Isso torna o carregamento entre as fases um pouco demorado, mas entre as salas é bem rápido.
Escolha o seu personagem favorito e vá encontrar o Tunche. Passe por diversas salas em todas as 4 fases ou evolua todos nas árvores de habilidades e descubra a história de cada um, pois apesar de se ajudarem nos recursos das fases, as essências de cada personagem são individuais, e é com elas que liberamos habilidades. Isso deixa o fator de replay bem alto e menos repetitivo (você vai ter que começar tudo de novo), já que além das salas geradas proceduralmente, ainda temos várias histórias e segredos para cada um.
Tunche dispõe apenas do modo campanha offline disponível, mas até 4 pessoas podem jogar no mesmo console.

Gráficos

Tunche tem uma direção de arte sensacional, em que tudo é desenhado à mão e com muitos detalhes, seja nos personagens ou no ambiente. Aliás, o ambiente é bem caprichado e mescla muito bem o 2D dos desenhos com o 3D da movimentação, dando um ar cartunesco, mas sem perder a imersão. Há efeitos de luz passando pelas folhas ou pelas flores que desabrocham ao final de cada estágio.
É ótimo ver como a animação dos golpes é bem fluida e tem uma boa resposta em relação aos controles e à variedade de inimigos. Dá pra ver quanto capricho foi posto neste trabalho, até o menu de pause tem uma arte grande e única para cada personagem. É tudo muito leve, mas ao mesmo tempo bem complexo.

Trilha sonora

A trilha sonora tenta lembrar sempre que você está na floresta e para isso são usados vários instrumentos indígenas como flautas, chocalhos, bastões, tambores etc., que mesclam com instrumentos mais modernos em momentos de batalha, como guitarras, quando a adrenalina aumenta e cria uma incrível transição da floresta para um ring. É uma trilha sonora que se pode ouvir por horas sem cansar, pois é bem leve e discreta.

Veredito
Tunche conseguiu gabaritar todas as propostas a que se propôs. É desafiador como todo roguelike e mantém o ritmo da luta como beat ‘em up. Com muitos personagens cativantes, uma história no meio da floresta amazônica e várias possibilidades para jogar, é um jogo que deveria estar na lista de todos.
Prós
Vários personagens disponíveis para jogar
Comandos responsivos
Gráficos imersivos, desenhados à mão e muito detalhistas
Narrativa muito boa e envolvente
Contras
Somente um modo de jogo
Multiplayer apenas local
9
Selvagem
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