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Análise: Voice of Cards: The Isle Dragon Roars

Em uma primeira impressão, Voice of Cards é um RPG singular cujo visual é composto inteiramente por cartas. Personagens, NPCs e até mesmo os terrenos que compõem cada mapa são cartas, no entanto, Voice of Cards não é um jogo de cartas propriamente dito com baralhos e regras sobre como utilizar essas cartas. Mecanicamente falando, Voice of Cards é um RPG bastante simplório que mesmo um amador com ferramentas como RPG Maker poderia replicar sem muita dificuldade. No entanto, o profissionalismo do time é demonstrado, justamente, na experiência, na apresentação e na ótima jornada que construíram ao redor dessa estrutura simples.

Além da apresentação por cartas, toda a história é contada por um “Mestre de Jogo” semelhante a um RPG de mesa e que narra todos os acontecimentos nos menores detalhes. A narração, em inglês no caso, é absolutamente excelente e faz um excelente trabalho em puxar o interesse do jogador para a narrativa contada. A história acompanha Ash, um mercenário problemático em busca da enorme recompensa por derrotar um grande dragão. O protagonista é uma pessoa absolutamente egoísta e gananciosa e encontra companheiros igualmente singulares durante sua jornada. A equipe como um todo se torna bastante interessante, especialmente devido a seus diálogos e eventos opcionais. O autor da narrativa é Yoko Taro, conhecido principalmente por Nier e Drakengard, portanto, a história também tem seus momentos bastante inesperados para surpreender o jogador. 

Como mencionei anteriormente, Voice of Cards é um RPG que tem uma estrutura simples. Vá até uma cidade e que, coincidentemente, tem algum problema ocorrendo e que não pode ser ignorado pela equipe, entre em uma dungeon e explore-a por tesouros, derrote o chefe e siga para o próximo arco, gradativamente chegando mais próximo de seu objetivo real que é derrotar o dragão. Em sua exploração, algumas quests opcionais estarão disponíveis e, como é de esperar, a equipe entrará em combate constantemente. Os encontros aparecem aleatoriamente no mapa e o sistema de batalha é feito por turnos com regras bastante simples. O personagem com maior velocidade se move primeiro e todos tem uma única ação, sendo que cada personagem pode ter equipado até quatro ações diferentes. Várias ações requerem o rolamento de dados para causarem mais dano ou desvantagens aos inimigos, fortalecendo ainda mais a sensação de se estar jogando um RPG de mesa.

A experiência nunca se desvia dessa estrutura e isso só comprova que o foco nos detalhes e no polimento foi o que elevou Voice of Cards para algo especial.Mecanicamente, o combate é simples, mas cada ataque especial tem sua animação própria e com alterações na animação para quando causam dano crítico. As cartas mudam seu visual quando sofrem dano demais ou são afetadas por condições adversas. Mesmo momentos da história utilizam esses efeitos com cartas para ilustrar o que está acontecendo, seja uma luta ou um diálogo entre a equipe, com as cartas de personagem virando, entrando e saindo da tela e muito mais. O título é uma experiência curta também, sem se prolongar desnecessariamente, o que ajuda muito no pacote como um todo. Bônus para o mini-game que também pode ser jogado online. 

Jogo analisado com código fornecido pela Square-Enix.

80%
Ótimo

Voice of Cards: The Isle Dragon Roars é um jogo com uma estrutura simples, mas que traz uma experiência sólida e muito bem construída. Sua história se inicia simples e surpreende ao seu final, assim como seus personagens que gradativamente se tornam cada vez mais interessantes. O combate, mecanicamente simples, se eleva por suas animações e bom balanceamento. Esse não é um RPG que irá surpreender por suas novidades no gênero, mas pelo quão bem ele faz todos os aspectos que tomamos como óbvios.

  • Design
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