Castlevania II – Simon’s Quest, lançado em 1987, tentou revolucionar os jogos eletrônicos da época sendo um side scrolling de mundo aberto, aos moldes de Zelda 2, com cidades para visitar, NPCs para conversar e itens para encontrar que fazem o jogador alcançar locais antes inacessíveis.
No entanto, seus diálogos enigmáticos que faziam os jogadores ficarem presos por horas, sem saberem onde ir, o ciclo de noite e dia que atrapalhava o jogador a todo momento e a dificuldade em certas partes, transformaram o jogo em uma espécie de ovelha negra da família.
Quem iria querer repetir o erro, certo? Pois é, o criador da série, carinhosamente apelidado de IGA, fez o DLC Classic II de seu jogo Bloodstained – Ritual of the Night baseado no jogo. E deu surpreendentemente certo.
Recomendação de Compra
Nintendo Switch – Modelo OLED (Branco)
Lançamento: 08/Out/2021
É hora de saber o que aconteceu após os eventos do jogo principal
Enquanto que o Classic I é um reconto do jogo principal de forma a homenagear o cássico Castlevania I, Classic II conta a história de Dominique e o que aconteceu com a mesma logo após a derrota do último chefe nas mãos de Miriam, no jogo principal.
Completamente corrompida pelos fragmentos, Dominique é lançada ao Limbo, um lugar repleto de monstros, com cidades e um ciclo lunar que traz diversos perigos à nova protagonista.
A única forma de voltar ao plano humano, é conquistar novas habilidades, chegar até Bael, o último chefe do DLC (o mesmo do jogo principal), e assim retornar ao mundo atual.
O antigo deu errado, o novo deu certo
Com controles modernos, um equilíbrio melhor da dificuldade, uma música de tirar o fôlego e diálogos com os NPCs que realmente ajudam o jogador, Dominique’s Curse é um jogo inteligente, não linear, cheio de segredos para serem descobertos.
O ciclo lunar, diferente de Simon’s Quest, não ocorre de forma tão rápida, e quando ocorre é ágil e fluido. Além disso, a progressão do jogo foi realizada de forma inteligente, e mesmo as partes que parecem impossíveis, após pegar os power ups em outras áreas, se tornam mais transponíveis.
E, mesmo assim, as últimas áreas do jogo conseguem ser um verdadeiro desafio. O throwback (quando atingido por um inimigo, o jogador é empurrado para trás) está presente, cheio de armadilhas que matam o jogador na hora. Se você não está habituado a jogos antigos, isso pode ser um verdadeiro desafio, e uma verdadeira dor de cabeça.
O jogo possui diversos power ups (algumas vezes encontrados no cenário, outras deixadas por chefes) que facilitam a navegação, mas no final, tudo é um desafio no jogo.
A habilidade mais interessante é uma que faz com que você enxergue, quando equipado, partes escondidas nos cenários, blocos quebráveis e que revela diálogos escondidos com os NPCs que vivem no Limbo.
Nem tudo são fragmentos de flores
O jogo, no entanto, possui seus contratempos. Além de não ser para qualquer um (mesmo assim é mais fácil que o Classic I), a mudança de ciclo pode deixar o jogador numa fria. Apesar de ele corrigir o pulo, quando ocorre no meio de uma ação, se um inimigo estiver na frente de você, ou não prestar atenção e continuar pressionando para frente no controle, as chances de levar um dano (ou até morrer) é alta. Alguns problemas de performance também estão presentes, como loadings demorados em algumas áreas.
Outro porém são alguns quebra-cabeças que, apesar de mais fáceis de descobrir, ficam muito próximos da fonte; se agachar, por exemplo, para encontrar um segredo no cemitério é quase tão enigmático quanto o redemoinho em Castlevania II.
Mesmo com os problemas mencionados, é difícil não recomendar o jogo. Visitar cidades, conversar com os monstros, encontrar e comprar todos os power ups e habilidades, a progressão inteligente e os itens que realmente facilitam certas partes deixam o jogo orgânico, desafiador, com aquele gostinho de “quero mais”.
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