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Universo Nintendo

Como The Legend of Zelda salvou meu Ensino Médio

Como tudo começou

Quando eu ainda era bem pequeno, o primeiro jogo que eu me lembro de jogar foi Zelda II: The Adventure of Link. Tudo bem, eu não fazia ideia de como jogar aquilo. Eu também sempre gostei muito de futebol e aqui em casa é todo mundo palmeirense e dos chatos e o Link usava verde, foi o primeiro motivo por eu crescer gostando de Zelda.

Minha vida sempre foi jogar videogame (independente da marca) e jogar/ver futebol, mas em 2008 tudo mudou. Minha mãe veio a falecer por câncer e eu com apenas 11 anos perdi a cabeça, eu só não estava com ela na escola. Foi impacto tão grande, que poucos meses após sua morte, engordei muito que cheguei a parar de jogar tanto videogames quanto futebol. Alguns anos se passaram e lá estava eu ainda, com um metro e meio e pesando 80kg. Meu pai me deu meu primeiro computador e nele voltei a jogar, mas apenas MMOFPS, com foco em CrossFire nos servidores americanos.

Em 2011 me formei no ensino fundamental e fui estudar a noite do outro lado da cidade em 2012. Logo no primeiro dia, por eu ser gordinho, todos simplesmente viraram a cara para mim e só vinham dizer algo quando precisavam de matérias e respostas. Então, fiquei decidido a perder peso, e perdi 20kg em apenas 2 meses, ficando no meu peso ideal e voltando em forma. O que eu não fiz, foi tentar correr atrás dessas amizades, claro que há sempre exceções.

Mas o que Zelda tem a ver com isso tudo?

Ainda em 2011, eu havia baixado um emulador de Super Nintendo e veio uma rom junto. Um jogo que eu não jogava fazia 4 anos, The Legend of Zelda: A Link to the Past. Sempre amei Zelda, era época de lançamento de Skyward Sword e eu tinha um Wii na poeira, então pensei, vou recuperar meu Wii e voltarei a jogar videogame. Eu havia zerado os Zeldas de N64 via GameCube em 2005 e os mais antigos, via emuladores e decidi no dia 3 de Abril de 2012 que iria zerar a franquia por inteiro.

Então com meu Wii pronto, eu comecei por The Legend of Zelda: Twilight Princess, e foi nessa época que parei de ligar para amizades ou pessoas. Twilight Princess foi o jogo que me tirou de uma depressão e me ensinou a valorizar uma boa trilha sonora. Minha música favorita dentro da série é a Serenade of Water e quando cheguei na parte dos Zoras em Twilight Princess, odeio admitir que chorei. Eu jogava só de madrugada e estava enferrujado com videogame, então demorei 1 mês para finalizar Twilight Princess. (Eu não tinha pilhas recarregáveis e nem dinheiro pra comprar pilhas todo dia)

Quem realmente sofreu foi meu pai, que me aguentou meses pedindo um Nintendo DS (sendo que já tinha o 3DS no mercado), mas no meu aniversário eu finalmente ganhei meu primeiro portátil, um Nintendo DS Lite vermelho e preto. Em questão de semanas eu terminei os dois títulos da série nele, no entanto, foram os menos marcantes pra mim dentro da série.

Eu não trabalhava, apesar de ter 15 anos, minha única renda era o troco do pão. Meu Wii era desbloqueado, mas o Skyward Sword eu queria original. E enquanto eu juntava dinheiro, voltei a conhecer o que era a Nintendo, jogando Mario Galaxy 1 e 2 (inclusive fiz 100%), Punch Out, Smash Bros e outros. Em março de 2013, consegui juntar parte do dinheiro e meu pai completou com o resto (o que me estranhava, já que meu pai odiava e ainda odeia que eu gaste dinheiro com videogame).

Eu simplesmente amei Skyward Sword, foi o melhor jogo que eu joguei no Wii sem dúvida nenhuma e foi com ele que percebi, eu voltei aos videogames. Ainda em 2013, através da escola, consegui participar de um projeto da CNPq que tinha renda de 160 reais mensais, guardei bem o dinheiro de 2 meses e o dono da maior loja de games da minha cidade, me vendeu o 3DS Cosmo Black dele por apenas 300 reais com caixa e tudo, imagina um rapaz feliz. Tava tudo ótimo até eu lembrar, NÃO TENHO JOGO!! Juntei a renda de mais 3 meses e comprei Ocarina of Time 3D e fiz a pré compra de A Link Between Worlds.

(Sobre comprar o console e não ter jogos)

O que eu quero dizer com esse texto é, The Legend of Zelda me salvou de uma depressão no ensino médio, que no meu caso tinha a maioria das pessoas interesseiras/palavrões que não posso citar. Zelda salvou meu amor por videogames e é de longe minha série favorita. Com minha volta no Wii por ela, conheci outras séries como Bit. Trip, por exemplo. Numa época onde eu ia na escola por obrigação, aguentava toda as 4 horas diárias com pessoas que eu não suportava, pra chegar em casa de madrugada e jogar Zelda. Muito obrigado à Nintendo e todos envolvidos por tudo. Ainda farei uma tatuagem de uma triforce.

Curiosidade: Eu me cadastrei na antiga Wii Brasil em 2013 com essa conta e agora sou redator nele, nunca imaginaria que isso fosse acontecer.

Autor Original: Guilherme Bocci

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