Mika and The Witch’s Mountain nasceu do financiamento coletivo do estúdio Chibig e se baseia no clássico do estúdio de animação Ghibli, O Serviço de Entregas da Kiki. Tendo começado apenas como um treino para a equipe, acabou ganhando a atenção de algumas pessoas nas redes de game devs e um financiamento. Três anos depois, o resultado é seu lançamento para diversas plataformas.
A montanha da bruxa
Recomendação de Compra
Final Fantasy I-VI Pixel Remaster Collection
Lançamento: 8/Out/2024
Mika deixa sua casa e vai até a montanha da bruxa para aprender a ser uma bruxa por recomendação de sua mãe, porém, ao chegar lá, a bruxa aplica seu primeiro teste e joga a aprendiz de bruxa montanha abaixo, quebrando sua vassoura. Para subir novamente, a pequena bruxa encontra uma vila no pé da montanha e começa a fazer entregas para consertar sua vassoura.
Se você já viu o filme “O Serviço de Entregas da Kiki”, já deve ter percebido uma certa semelhança na história. Apesar disso, o foco está mais em contar sobre a ilha abaixo da montanha e seus habitantes do que na própria Mika, mas ela tem seu espaço de desenvolvimento.
É um enredo bem leve e cativante, que entrega bem o que promete. Poderia ter um pouco mais de emoção ao concluir alguns acontecimentos, pois às vezes temos uma sensação de inércia ou inconclusão. Aliás, em um determinado ponto, acontece algo que ficou parecendo inacabado; isso poderia ser abordado e desenvolvido mais para frente, mas isso não aconteceu.
Não diria que é um ponto negativo, apenas mal explorado, porém, como visto na página do financiamento coletivo, isso pode mudar, já que há conteúdos a serem lançados ainda pelas metas alcançadas. E como todo bom indie, não é nada que uma atualização de conteúdo não resolva.
O Serviço de Entregas da Mika
Mika começa a trabalhar no serviço de entregas da pequena ilha com uma vassoura mais simples, feita por Allegra, uma habitante da ilha. Toda a jogabilidade é baseada nas entregas dos pacotes, que você só pode danificar o mínimo possível. A princípio, o trabalho parecia mais desafiador, mas é apenas trabalhoso ou minucioso, já que se danificarmos totalmente a encomenda, podemos apenas descartá-la e pegar uma nova. Incrivelmente, Mika and The Witch’s Mountain consegue fazer misturar a frustração e a diversão, pois ao mesmo tempo em que isso facilita muito o sucesso da entrega, você ainda pode ter que refazer o caminho todo por um erro perto do fim. A ilha só aparenta ser pequena, então o conceito de mundo aberto e a ausência de loadings acabam dissipando essa frustração. O que é mais uma volta voando de vassoura por aí? Você pode acabar achando algo que não viu antes ou até mesmo finalizar outra entrega.
Por falar em voar, vamos falar dos controles. Mika and The Witch’s Mountain tem controles bem simples, mas polidos. Podemos subir e descer da vassoura, pular, pegar objetos e interagir com os NPCs. Durante o voo, podemos apenas controlar a direção e pegar altura de tempos em tempos. Conforme a vassoura melhora, a velocidade e capacidade dela vão aumentando. É uma jogabilidade bem interessante, dá pra dizer que é um jogo de plataforma em 3D de voo, pois precisamos pegar impulso e altura com brisas e rajadas de vento para chegar em alguns objetivos.
A interface limpa que Mika and The Witch’s Mountain contribui muito com isso, te fazendo tentar alcançar novos lugares, procurar coletáveis ou apenas ficar voando sem rumo, já que podemos fazer as entregas do dia na ordem que quisermos, e todas as informações de que precisamos está no menu.
A simplicidade e leveza fazem de Mika and The Witch’s Mountain extremamente relaxante e, embora não pareça ter muitas rotas no enredo, ainda queria que tivessem slots de save para poder começar tudo de novo sem perder o progresso de outra sessão.
Parte técnica
Mika and The Witch’s Mountain tem cenários bem interessantes e na melhor definição que o Switch pode aguentar, afinal o cenário todo é renderizado ao carregar. A modelagem dos cenários e personagens é muito boa (mesmo com o downgrade que costuma acontecer em jogos com modelos 3D), e as artes dos personagens são lindas nas caixas de texto.
A trilha sonora é muito boa e leve, fazendo transições suaves entre os cenários de uma maneira orgânica e fluida. Ela me lembra bastante os temas mais calmos de A Hat in Time e Koa and the Seven Pirates, esse último sendo do mesmo estúdio. O compositor sabe muito bem criar uma música que lembra o verão usando instrumentos de corda e de sopro.
No final, Mika and The Witch’s Mountain é bem leve e não demora muito mais que uma tarde para concluir se você estiver disposto. Ficou faltando algo após o fim do jogo, mas pode ser que isso mude no futuro.
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